"Nunca quis matar a mulher da minha vida": Homem que assassinou ex-companheira na Golegã ouvido em tribunal

Em agosto de 2018, Ana da Silva quis colocar um ponto final na relação, algo que Rui Vieira nunca aceitou.

12 de novembro de 2019 às 16:11
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"Nunca tive a intenção de matar aquela que foi a mulher da minha vida", afirmou perante o coletivo de juízes do Tribunal de Santarém Rui Vieira, o homem que começou esta terça-feira a ser julgado pelo homicídio da ex-companheira, Ana da Silva, na danceteria São Martinho, na Golegã.

Segundo o arguido, os dois tiros de caçadeira que disparou eram direcionados ao homem que acompanhava a sua ex-mulher na noite de 17 de fevereiro, naquele estabelecimento de diversão noturna, e que ele acreditava ser um novo namorado.

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Rui Vieira explicou que já os tinha visto juntos noutras danceterias em Ourém e Santarém, e que sentia que o homem o desafiava "com o olhar" e que o "provocava".

"Também não o queria matar, queria apenas chumbá-lo nas pernas porque ele andava a gozar com a minha cara", confessou Rui Vieira, que começou a responder por quatro crimes, homicídio qualificado e homicídio qualificado na forma tentada, detenção de arma proibida e violência doméstica.

Sobre a perseguição que moveu à vítima nos meses antes do crime e as agressões que ditaram o fim do relacionamento, o arguido tentou explicar que não agrediu fisicamente ou ofendeu por palavras Ana da Silva, mas o seu relato foi de seguida desmentido pelos três filhos da vítima, que vieram ao tribunal contar alguns episódios de violência, e dizer que a mulher vivia assustada e com medo de Rui Vieira.

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Mesmo confrontado pela Procuradora do Ministério Público (MP) com as mensagens SMS ameaçadoras que enviou à ex-companheira, o arguido afirmou que nunca planeou ou quis a sua morte, e que, na noite do crime, foi à sua casa, em Riachos, concelho de Torres Novas, buscar a caçadeira apenas com a intenção de ferir o homem que a acompanhava.

Recorde-se que Rui Vieira, de 63 anos, assassinou a ex-companheira, Ana da Silva, que tinha 53 anos, com um tiro de caçadeira pelas costas, no parque de estacionamento da danceteria São Martinho, na Golegã, em fevereiro último.

O casal, segundo o Despacho de Acusação do MP, residiu na mesma casa, com os três filhos da mulher, entre 2012 e 2014, altura em que começaram a viver separadamente, mas sem terminar os encontros fortuitos.

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Em agosto de 2018, Ana da Silva quis colocar um ponto final na relação, algo que Rui Vieira nunca aceitou, passando a persegui-la, segundo o MP, até ao dia em que a matou, por ciúmes e de forma premeditada.

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