Famílias desesperam por corpos para fazer funerais das vítimas do naufrágio em Troia
Francisco, de 11 anos, e Gabriel, 23, recuperados no dia do acidente. Faltam os corpos de Ricardo, pai do menor, e de José, o segundo irmão Caeiro.
A família dos irmãos Caeiro, vítimas no naufrágio em Troia, domingo, acompanhou esta terça-feira as buscas pelo corpo de José, o mais novo, de 21 anos - o cadáver de Gabriel, 23, foi recuperado (assim como o de Francisco Neves, de 11 anos) no dia do afundamento do ‘Lingrinhas’, barco em que iam à pesca de choco a convite de Ricardo, 45 (pai de Francisco), cujo corpo também está por recuperar.
A irmã de José e Gabriel não escondeu a emoção e esteve na praia da Comporta durante vários minutos a observar o drone da Marinha para perceber o que estava a ser feito nas buscas. As famílias desesperam. Querem os corpos para, pelo menos, conseguirem realizar um funeral.
Esta terça-feira, as buscas estenderam-se à praia da Comporta e esta quarta-feira o perímetro vai alargar-se ainda mais para sul. Os cadáveres de Francisco e Gabriel já foram identificados por familiares e os funerais podem ser nos próximos dias.
A Polícia Marítima e o Ministério Público estão a investigar para apurar as circunstâncias exatas do acidente. É preciso perceber se há responsabilidades criminais, nomeadamente do sobrevivente: Manuel, de 62, que era o timoneiro do ‘Lingrinhas’ e conta ter sido apanhado por um “golpe de mar” (onda forte). Já foi notificado para, em 10 dias, apresentar um plano de remoção do barco naufragado. Caso não o faça, o Estado assumirá.
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