Guardas prisionais descontentes com proposta da tutela para suplemento de risco

Próxima reunião negocial no Ministério da Justiça está agendada para 27 de maio.

16 de maio de 2024 às 19:22
Guardas prisionais Foto: MIGUEL A. LOPES/LUSA
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A ministra da Justiça apresentou esta quinta-feira aos guardas prisionais a mesma proposta de suplemento de risco apresentada na quarta-feira aos polícias, com valores que os sindicatos rejeitam, insistindo num suplemento de 15% do vencimento do diretor da Polícia Judiciária.

À saída da reunião com a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, e onde também esteve presente a secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido, o dirigente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), Frederico Morais, manifestou o descontentamento com a proposta, mesmo reconhecendo que "melhorou um bocadinho" face aos valores iniciais, apresentados pela tutela na primeira reunião negocial.

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A proposta, que aumenta em 75 euros o valor do suplemento face à proposta anterior, prevê que este seja de 14% do vencimento para comissários, de 12% para chefias e de 10% para guardas, indexado ao vencimento base do diretor nacional da PSP.

"Fizemos questão de dizer à senhora ministra que não aceitamos. É uma ronda negocial, já temos reunião marcada para dia 27. (...) vão analisar a nossa proposta. Nós voltámos a insistir nos 15% do índice 115, ou seja, do vencimento do senhor diretor da Polícia Judiciária, para todos, nós exigimos não haver separação de categorias", disse Frederico Morais aos jornalistas.

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O dirigente sindical disse que as três estruturas hoje recebidas -- SNCGP, Associação Sindical de Chefias do Corpo da Guarda Prisional (ASCCGP) e Sindicato Independente do Corpo da Guarda Prisional (SICGP) -- apresentaram uma "proposta fundamentada" justificando o risco profissional e os valores exigidos pelos guardas, referindo que a ministra não fez comentários ao texto, que leu e se comprometeu a analisar.

"De há 15 dias para cá aumentou 75 euros, vamos ver se agora pode aumentar 500. Vamos ter que esperar, vamos ser otimistas. (...) Hoje foi-lhe transmitido por mim, pessoalmente, que o corpo da guarda prisional não aguenta muito mais e a senhora ministra vai ter que resolver os problemas. Urgente e emergente foi a senhora ministra que disse, não fomos nós. Os protestos estão em cima da mesa", avisou Frederico Morais.

Sublinhou, no entanto, que a vontade dos sindicatos é negociar, não entrar em conflitos, esperando "boa vontade do Ministério da Justiça e do Governo para resolver os problemas".

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"E aí sim, se não resolverem, está nas mãos dos guardas prisionais" decidir eventuais protestos, disse o dirigente sindical, que insistiu na situação de rutura nas prisões e de potencial insegurança pela falta de profissionais, havendo atualmente, segundo os dados que referiu, um rácio de um guarda para 4,8 presos e um défice de mais de mil guardas no sistema, com 3.885 guardas prisionais num universo que devia ser de 5.000.

A próxima reunião negocial no Ministério da Justiça está agendada para 27 de maio.

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