PJ investiga emails de Pedro Nuno Santos sobre indemnização de Alexandra Reis, ex-administradora da TAP
Foram efetuadas buscas à TAP, ao escritório de advogados do irmão do Presidente da República e feitas pesquisas em equipamentos informáticos da Secretaria-Geral do Governo.
A TAP está esta terça-feira a ser alvo de buscas no âmbito de um inquérito à indemnização paga a uma ex-administradora da companhia aérea, Alexandra Reis, anunciou o Ministério Público.
A PJ pediu ainda conteúdo dos emails de Pedro Nuno Santos e dos seus secretários de Estado, para que se perceba se existiram conversas sobre a indemnização.
As buscas abrangem ainda um escritório de advogados em Lisboa e "pesquisas em equipamentos informáticos da Secretaria-Geral do Governo", refere, numa nota, a Procuradoria da República da Comarca de Lisboa.
O CM sabe que um dos escritórios alvo de buscas foi o de advogados de Pedro Rebelo de Sousa, irmão do Presidente da República. O alvo dos investigadores terá sido o advogado da sociedade César Sá Esteves que representou a TAP, no final de 2022, representou a companhia aérea no processo de rescisão da então administradora Alexandra Reis.
Em causa estão suspeitas da prática de crimes de administração danosa, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, participação económica em negócio e abuso de poder.
O inquérito é dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa e em investigação estão "factos relacionados com a atribuição de indemnização aquando da renúncia de uma vogal e membro do Conselho de Administração e Comissão Executiva da TAP".
Em dezembro de 2022 a TAP esteve envolvida numa polémica devido ao pagamento de uma indemnização de 500 mil euros à então administradora Alexandra Reis pela sua saída antecipada da companhia.
Em 31 de maio de 2023 a gestora assegurou ter devolvido nesse dia à empresa 266.412,76 euros, "o montante líquido global indicado pela TAP".
Segundo o comunicado, as buscas desta terça-feira visam "a apreensão da documentação" e estão a ser "presididas por procuradores da República e juiz de instrução, coadjuvados por inspetores da Polícia Judiciária (PJ)".
De acordo com a PJ, a operação, designada "Cheque In", contou com a participação de 20 inspetores e especialistas da Polícia Científica da instituição, estando o caso afeto à Unidade Nacional de Combate à Corrupção.
Contactada pela Lusa, a TAP garantiu estar a colaborar com as autoridades em todas as investigações e rejeitou comentar processos judiciais.
"A TAP não comenta processos judiciais e colabora sempre com as autoridades em todas e quaisquer investigações", reagiu a companhia aérea, por escrito.
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