Diretor da PJ defende ataque cerrado ao lucro proveniente do crime

Recuperação de ativos é fundamental para desmoralizar as organizações criminosas, diz Luís Neves.

09 de outubro de 2025 às 01:30
Painel da conferência (da esq. para a dir.): Luís Neves, Luís Carrilho e Luís Lourenço Foto: CMTV
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Em maio deste ano o Tribunal Central Criminal de Lisboa deu como provada quase toda a acusação da Operação ‘Admiral’, onde foi condenado o marido da ex-apresentadora Ana Lúcia Matos, Max Cardoso, a sete anos e meio de cadeia. Em causa uma fraude milionária ao Estado Português – mais de 80 milhões de fuga aos impostos.

Os factos ocorreram entre 2016 e 2022. Pelo menos uma parte da restituição do montante foi assegurada por património já apreendido ou arrestado. E é isto mesmo que Luís Neves, diretor nacional da PJ, defende. Ou seja um ataque cerrado ao lucro proveniente do crime. “A recuperação de ativos é fundamental para desmoralizar as organizações criminosas”, considera o diretor nacional da PJ, que na conferência que decorreu, terça-feira, em Queluz sobre o tema do combate do Comércio Ilícito, deu precisamente a operação ‘Admiral’ como exemplo.

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“Foi uma operação que decorreu em 15 países, foram apreendidas várias centenas de milhões de euros. Só em Portugal foram arrestados 50 imóveis e 592 contas bancárias. Todos temos de ter este foco que é atacar onde mais lhes dói, ou seja ir ao lucro e ao património das redes criminosas”, finaliza Luís Neves.

O esquema, recorde-se, foi montado por um português e um francês, de 52 e 35 anos, e consistia na compra a fornecedores europeus e revenda ‘online’ de produtos eletrónicos, com recurso a carrosséis de empresas criadas somente para permitir que as transações beneficiassem indevidamente de isenções no IVA.

Ana Lúcia Matos chegou a ser detida, mas o processo por branqueamento de capitais foi suspenso provisoriamente, em troca do pagamento de 100 mil euros.

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