Agente descreve em tribunal suspeitas de maus-tratos em lar

Ação policial levou ao encerramento em 2012 do lar A Luz dos Pastorinhos.

10 de fevereiro de 2016 às 21:00
A Luz dos Pastorinhos Foto: Vítor Mota
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Uma agente da PSP confirmou esta quarta-feira em tribunal que o lar A Luz dos Pastorinhos, em Lisboa, cuja proprietária está acusada de maus-tratos a idosos, não tinha condições de funcionamento, o que levantava "fortes suspeitas de negligência".

A agente da PSP foi uma das responsáveis por uma ação policial que levou ao encerramento em 2012 do lar A Luz dos Pastorinhos, na sequência de uma denúncia de maus-tratos a idosos da instituição. No entanto, o lar reabriu as portas há cerca de dois anos.

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Segundo a acusação do Ministério Público (MP), a proprietária do lar "tomou decisões em prejuízo dos utentes, com vista a gastar pouco dinheiro".

O MP relata que os idosos viviam sob "insuficiência de cuidados assistenciais de enfermagem e de vigilância" e estavam "subnutridos", além de a responsável pelo lar de terceira idade ordenar às funcionárias que dessem banho aos utentes "com vinagre, detergente da loiça ou lixívia". Na primeira sessão de julgamento, que decorreu há uma semana, a proprietária negou as acusações.

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No entanto, na sessão de hoje, na Instância Central Criminal de Lisboa, a agente Carla Carvalho -- que esteve pela primeira vez no lar para ouvir um depoimento de uma idosa sobre maus-tratos por parte de um familiar - disse ao coletivo de juízes que desde o primeiro momento em que entrou na instituição ficou com "fortes suspeitas de negligência sobre os idosos".

"Achei o lar frio e não era confortável. A primeira vez que lá fomos tocámos à campainha e estivemos, eu e o meu colega, cerca de 40 minutos à espera que nos abrissem a porta", contou.

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