Balas de borracha disparadas durante motim em prisão de Lisboa
Estão detidos cerca de 190 reclusos onde decorrem os incidentes.
Ocorreu, esta terça-feira à tarde, um motim na Ala B do Estabelecimento Prisional de Lisboa, onde se encontram detidos cerca de 190 reclusos. O Grupo de Intervenção de Segurança Prisional (GISP) foi chamado ao local e foram disparadas balas de borracha, apurou o CM.
Os detidos atearam fogo a caixotes do lixo e atiraram vários materiais dos andares superiores. Os bombeiros foram chamados à prisão para controlar as chamas.
O diretor-geral dos Serviços Prisionais e de Reinserção, Celso Manata, disse ao Correio da Manhã que a "situação está controlada e o estabelecimento voltou à normalidade". Segundo o mesmo, foram os próprios guardas do estabelecimento que controlaram as chamas, não tendo sido necessária a intervenção dos bombeiros.
Também a intervenção do Grupo de Intervenção de Segurança Prisional (GISP) não foi necessária, uma vez que os guardas prisionais conseguiram controlar a situação. O recurso às balas de borracha é, segundo Celso Manata, uma "operação normal" neste tipo de situações.
Celso Manata afirma ainda que do motim não resultaram feridos, nem do lado dos guardas prisionais nem do lado dos prisioneiros, e que não há necessidade de deslocação dos presos uma vez que o estabelecimento está nas devidas condições.
Ao local dirigiram-se vários familiares dos reclusos preocupados. "Ninguém explicou nada", disse uma mulher cujo irmão se encontra preso.
As autoridades tentaram acalmar as famílias no local.
Os alegados desacatos ocorreram numa altura em que decorre o último de quatro dias de greve dos Guardas Prisionais e que rondou uma adesão de cerca de 80%.
Os guardas prisionais marcaram esta greve de quatro dias para exigir a revisão do estatuto profissional e a progressão na carreira, além de contestarem o novo horário de trabalho.
O universo de guardas prisionais ronda os 4.350 para uma população prisional perto dos 13.000 reclusos.
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