Amadora-Sintra só confirmou 48 horas após óbito que grávida era acompanhada no SNS desde julho
Umo Cani teve duas consultas no centro de saúde de Agualva-Cacém e outras duas no hospital durante a gravidez.
O Hospital Amadora-Sintra confirmou, este domingo, que a grávida, de 38 semanas, que morreu, esta sexta-feira, na unidade hospitalar tinha tido acompanhamento durante a gestação. Segundo comunicado do Hospital Fernando Fonseca a que o CM teve acesso, Umo Cani, de 36 anos, foi acompanhada no centro de saúde de Agualva-Cacém, versão que já tinha sido apresentada ao CM pela família da vítima. A mulher teve duas consultas de vigilância a 14 de julho e 14 de agosto na unidade de saúde familiar.
No Amadora-Sintra, Umo foi também a duas consultas, a primeira a 17 de setembro e a última a 29 de outubro. Nessa quarta-feira, após ter-lhe sido verificada hipertensão ligeira, a mulher foi submetida a vários exames, e, posteriormente, mandada para casa.
No mesmo comunicado, o Amadora-Sintra refere que a informação prestada pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins, quando questionada na audição parlamentar teve por base o primeiro comunicado emitido pela unidade hospitalar assim que o caso passou a ser conhecido. O Conselho de Administração acrescenta que só conseguiu verificar que Umo tinha sido acompanhada na gestação durante a tarde deste domingo, mais de 48 horas após o óbito ter sido declarado, devido "à inexistência de um sistema de informação clínica plenamente integrado, que permita a partilha automática de dados e registos médicos entre os diferentes serviços e unidades da ULS Amadora-Sintra, nomeadamente entre cuidados de saúde primários e hospitalares".
Recorde-se que a mulher, natural da Guiné-Bissau, entrou em casa em paragem cardiorrespiratória e foi encaminhada para o Amadora-Sintra onde foi submetida a uma cesariana. A recém-nascida estava em coma profundo desde o nascimento e acabou por falecer ao início da manhã deste sábado.
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