Antigo diretor comercial na MAN Portugal: “Fui um pouco pombo-correio”
Arguido afirma que provas são documentos falsificados.
Luís Paradinha, antigo diretor comercial na MAN Portugal, começou esta quinta-feira a ser ouvido pelo Tribunal de Braga enquanto arguido no caso de corrupção dos Transportes Urbanos de Braga (TUB) - processo no qual está a ser julgado, entre outros, Vítor Sousa, ex-vice-presidente do antigo edil Mesquita Machado.
Ao coletivo de juízes, quando confrontado com documentos comprometedores de reuniões que, segundo o Ministério Público, comprovam o pagamento de ‘luvas’ aos arguidos, Luís Paradinha deu conta de que não sabia a que se referia a anotação "mandar cartas dos IVA dos carros oferecidos aos TUB".
E atirou: "Se calhar, aí, fui um pouco pombo-correio. Passavam-se coisas entre a MAN Braga e a MAN Portugal das quais eu não sabia, nem tinha de saber."
Luís Paradinha afirmou que alguns documentos que servem de prova à acusação são falsos. "Estes documentos, para mim, são falsos. Está um preço indicado e foi faturado outro. Não pode ser", vincou, sobre um memorando em que consta uma diferença de 1500 euros por veículo comprado pelos TUB à MAN.
"Não gosto de falar de quem não está cá, mas a verdade é que estes documentos só podem ser falsos", sublinhou, pondo em causa as provas entregues à investigação por parte de Abílio Menezes da Costa, da MAN Braga e que acabou por morrer antes do julgamento.
"Sim, fui a vários almoços [em que eram alegadamente pagas as ‘luvas’ aos arguidos] e preferia ter pagado, porque me ficaram caros", disse o arguido.
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