“Aqui não gritamos. Quando ele chegar, estamos preparados”: população prepara-se para o pior com mangueiras à porta de casa

População de Relvas, no concelho de Arganil, vê o fogo à distância. E aguarda.

18 de agosto de 2025 às 01:30
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António Santos faz 61 anos. Homem da terra, da aldeia de Relvas, no concelho de Arganil, mostra-se preocupado com o fogo lá no alto, mas está otimista. “Aqui não gritamos. Quando ele chegar, estamos preparados”, diz ao apontar para as mangueiras e tanques à porta das casas. Pior de espírito está a dona Irene. A ‘tia Irene’, como é tratada, tem 93 anos. “É um sofrimento. Andaram aí a noite toda a ver se o fogo não vem”, conta, emocionada. “Antigamente até eu ia com baldes apagar o lume”, recorda ao mesmo tempo que rega a horta com a mangueira do jardim.

O fogo lavrou toda a encosta. É apenas um dos grandes fogos que afetam o País. Começou em Piódão e ainda lavra em Arganil, Oliveira do Hospital e Seia. Ameaça agora a serra da Estrela.

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