Até tartarugas recebem a bênção de Santo Antão em Caminha
Dezenas de animais de companhia foram benzidos em cerimónia religiosa.
Molly recebeu a bênção de Santo Antão ao colo da dona, Rosa Silva. Não reclamou dos pingos de água benta lançados pelo padre Paulo Emanuel que a hão de proteger por mais um ano.
A Molly é uma cadela e foi apenas uma das muitas dezenas de animais que este domingo subiram à ermida de Santo Antão, em Venade, Caminha, para receber a bênção do santo padroeiro dos animais de companhia. A tradição secular foi recentemente recuperada pelo pároco de Venade e este ano até tartarugas e cavalos foram abençoados na cerimónia realizada na pequena capela voltada para o mar.
"Antigamente era o gado usado na agricultura que recebia esta bênção, mas a economia mudou, os tempos mudaram e agora são os animais de companhia que vêm até esta capela para pedir as bênçãos", começa por explicar o padre Paulo Emanuel. Para o sacerdote, "quem tem fé vê nos animais o dedo de Deus" e, por isso, "faz todo o sentido esta cerimónia".
"Os animais domésticos transmitem aos seus donos paz, serenidade, sossego e estou em crer que muitas pessoas, se tivessem animais de companhia em casa, evitavam os ansiolíticos e os antidrepessivos", defende o pároco, sublinhando que os animais "só trazem benefícios para a vida e para a saúde dos donos".
A bênção é dada no domingo que antecede o dia que a Igreja dedica a Santo Antão, 17 de janeiro. Durante anos esteve interrompida, mas foi agora recuperada pelo padre Paulo.
Tatiana Dias traz pássaros, um coelho e um cágado, enquanto diz que tem "muitos mais animais em casa" mas vai acrescentando que "uns levam a bênção para os outros".
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