Autismo leva tribunal a condenar jovem a 10 anos de prisão pelo homicídio da irmã de 17
Alexandre Gonçalves, de 23 anos, culpado de homicídio simples, não esboçou reação ao ouvir acórdão no tribunal de Almada.
Alexandre Gonçalves, o jovem de 23 anos acusado pelo Ministério Público (MP) do homicídio da própria irmã, Lara, ocorrido em outubro de 2023, na Moita, foi na quarta-feira condenado a 10 anos de prisão. O coletivo de juízes do tribunal de Almada que o julgou, justificou a pena com o facto de o arguido ser autista, considerando, no entanto, que o “homicídio foi cometido em plena consciência”.
O jovem acaba, assim, por ser condenado no limite mínimo da moldura penal em que incorria (podia levar até 16 anos de cadeia). A pena, no entanto, terá de ser cumprida num estabelecimento prisional normal, não obstante a doença mental do arguido. Os magistrados valorizaram ainda o facto de Alexandre Gonçalves estar inserido socialmente, na altura em que matou a irmã. Por provar ficou o motivo: as crenças religiosas do arguido. Para o Ministério Público (MP), o acusado nunca aceitou que a irmã fosse consumidora de drogas leves, dizendo mesmo que a familiar se prostituía para arranjar dinheiro para comprar droga.
Alexandre Gonçalves ouviu o acórdão, sem esboçar qualquer reação, nem mesmo ao ver os pais a chorarem. Segundo o MP, o arguido asfixiou a irmã de 17 anos, na casa de ambos e onde residia também o pai, na Quinta Fonte da Prata. Saiu depois deixando o corpo, que foi encontrado pela avó.
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