Azeredo Lopes avisado 15 dias antes da entrega das armas roubadas em Tancos

Chefe de gabinete informou ministro após falar com o diretor da PJM.

03 de outubro de 2019 às 01:30
Azeredo Lopes Foto: Lusa
Antigo governante diz que “é absolutamente inexplicável” ser arguido Foto: Lusa/Miguel A. Lopes
Azeredo Lopes Foto: Lusa

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Cerca de 15 dias antes de a Polícia Judiciária Militar (PJM) recuperar as armas roubadas em Tancos a 18 de outubro de 2017, dia do debate quinzenal na Assembleia da República, Azeredo Lopes terá sido informado de que a recuperação do material estava iminente. O primeiro-ministro e o Presidente da República (PR) já garantiram que nunca souberam da investigação paralela da PJM e não foram ouvidos no processo, como testemunhas, por decisão do diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).

O ex-ministro da Defesa terá sido informado sobre a iminente recuperação das armas furtadas em Tancos, segundo a acusação do Ministério Público, pelo seu então chefe de gabinete, general Martins Pereira. O então chefe de gabinete de Azeredo Lopes recebera essa informação de Luís Vieira, diretor da PJM, no final de setembro.

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Em concreto, segundo a acusação do Ministério Público, Luís Vieira pediu a Martins Pereira que alertasse o Exército para a necessidade de apoiar a operação de recuperação das armas porque o material poderia ser recuperado "de um dia para o outro." Na altura, a PJM negociava a entrega das armas roubadas em Tancos.

Na fase final do processo foi equacionada a audição de Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa como testemunhas, mas o diretor do DCIAP considerou que "tais inquirições não revestiam relevância para as finalidades do inquérito." Para ouvir o PR era necessário obter autorização do Conselho de Estado. Com o processo em fase final, o prazo era apertado.

Tancos em debate no Parlamento só depois das eleições

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A Comissão Permanente sobre o caso Tancos acontece depois das Legislativas. A conferência de líderes reuniu esta quarta-feira para analisar o pedido do PSD e agendou o debate para quarta-feira, dia 9.

Isto, depois de os partidos de esquerda terem inviabilizado a possibilidade da Comissão Permanente acontecer durante a campanha, debaixo de criticas de PSD e CDS-PP.

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