Banqueiro Carlos Silva vem quatro dias a Lisboa
Vice-presidente do BCP vai depor presencialmente após insistência do tribunal.
Carlos Silva, vice-presidente do BCP, disponibilizou-se para depor presencialmente no julgamento da operação Fizz e será ouvido durante quatro dias.
O luso-angolano tinha pedido ao tribunal para testemunhar por videoconferência na sua casa, a partir de Luanda, mas depois da insistência do coletivo de juízes, disponibilizou-se para vir a Portugal. A audição do banqueiro está agendada para os dias 7, 8, 9 e 10 de maio.
O nome de Carlos Silva, que também é presidente do Banco Privado Atlântico, é um dos mais mencionados dentro da sala de tribunal. O testemunho do banqueiro será crucial para o coletivo de juízes avaliar a versão apresentada pelo ex-procurador Orlando Figueira, acusado de ter sido corrompido pelo ex-vice-presidente angolano, Manuel Vicente, em troca do arquivamento de um inquérito em que era visado.
Orlando Figueira aponta noutra direção e refere que os 760 mil euros que entraram nas suas contas resultaram de um contrato de trabalho que assinou com Carlos Silva e que o levou a abandonar o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP). Carlos Silva, por outro lado, já disse por escrito que tudo não passa de uma "fantasia".
Ontem, à saída do Campus de Justiça, em Lisboa, Paulo Blanco, arguido no processo, disse que Carlos Silva tinha sido mal aconselhado numa primeira fase devido "a uma questão de proteção da reputação do banco". "Cometeu um erro pelo qual estamos aqui hoje a pagar", frisou.
Marques Mendes já respondeu a tudo
Marques Mendes já respondeu a tudo Luís Marques Mendes, ex-líder do PSD, já respondeu por escrito a todas as perguntas enviadas pelo tribunal que julga o processo Vistos Gold. O conselheiro de Estado não tinha recebido a documentação sobre a qual incidiam três das 16 questões. Ao CM, Marques Mendes referiu que o tribunal até lhe pediu desculpa pelo lapso.
O ex-líder social-democrata foi chamado a explicar a relação que tem com três dos arguidos: o ex-ministro Miguel Macedo, o ex-presidente do Instituto de Registos e Notariado António Figueiredo e o empresário Jaime Gomes. Marques Mendes foi apanhado nas escutas a pedir favores a António Figueiredo.
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