Casal que mora em carro recebe casa de volta
Domingos e Maria Dalila, de Espinho, têm que voltar a casa até 28 de fevereiro e vão receber 7500 euros.
Após dois anos e meio a viverem no carro, e depois de uma longa batalha judicial, Domingos Silva e a mulher, Maria Dalila, vão voltar a ter um teto. O casal, que estacionava o carro onde vivia em Espinho, chegou ontem de manhã a acordo com os inquilinos que habitavam numa moradia que lhes pertencia em Esmoriz, Ovar. Não pagavam a renda há dois anos e também não saíam da habitação.
O acordo - que evitou que a ação de despejo começasse ontem a ser discutida - prevê que o casal possa voltar à moradia que é sua até 28 de fevereiro, sendo que os inquilinos ainda têm que lhes pagar 7500 euros de rendas em atraso. "Não tinha emprego e fomos obrigados a viver no carro, onde passámos três natais. Foi muito triste", conta Domingos, que era representado pelos advogados Teresa Azevedo e Filipe Gonçalves.
Domingos, um ex-agente imobiliário de 59 anos, e a mulher foram atirados para a rua na sequência de uma penhora à casa onde moravam. Tinham uma segunda moradia, que estava entregue a estes inquilinos com quem se envolveram numa batalha judicial. "Estou muito feliz e mal posso esperar pelo dia em que voltaremos a ter um teto", disse emocionada Maria Dalila, de 63 anos. "Foi muito difícil para nós e não sei se consigo perdoar aquilo que nos fizeram passar", adiantou.
Os inquilinos têm quatro filhos e após assinar o acordo a mulher sentiu-se mal e teve de ser hospitalizada. "É muito difícil para eles porque depois do caso ser conhecido ninguém lhes quer alugar uma casa", contou Jorge Alves, advogado da família que terá agora que abandonar a casa.
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