Centro Hospitalar do Algarve quer atrair mais médicos

O Centro Hospitalar do Algarve (CHA) passou hoje a Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), após ontem ter sido publicado em Diário da República o decreto-lei que transfere e reforça as competências da entidade que gere os hospitais públicos da região.

Além das unidades de Faro, Portimão e Lagos, o CHUA passa também a integrar o Centro de Medicina Física e Reabilitação do Sul e um centro de investigação ligado à Universidade do Algarve (UAlg).

"O objetivo é aumentar a atratividade do CHUA para que possa receber mais médicos, enfermeiros e outros técnicos de saúde, e ao mesmo tempo reforçar a ligação à Universidade, nomeadamente fortalecer e potencializar o curso de Medicina", explica a Administração Regional de Saúde do Algarve.

Também o primeiro-ministro António Costa já tinha referido, a 18 de julho, que "a decisão" [de criar o CHUA] vai "permitir resolver a questão estrutural [da falta de profissionais] da Saúde no Algarve".

A criação da nova estrutura implica também a saída da atual da administração do CHA, liderada por Joaquim Ramalho, que no entanto se mantém em funções até à sua substituição.

A nova direção, que ao que o CM apurou deverá ser liderada por Ana Paula Gonçalves, ex-administradora do hospital de Faro, deve entrar em funções em setembro.

Só quatro clínicos reforçaram Algarve

Promessa de ministro "não era possível"

Promessa de ministro "não era possível"

Em entrevista ao CM, no dia 20 de julho, o presidente do Conselho de Administração do antigo CHA, Joaquim Ramalho, assumiu que não conseguiu corresponder à promessa feita pelo ministro da Saúde, em março de 2016, de acabar com "dificuldades inaceitáveis" na saúde da região até ao verão desse ano.

"Talvez por incapacidade minha, acho que não era possível. Outras pessoas talvez conseguissem, mas eu não consegui", desabafou.

SAIBA MAIS 

4237

Carência de profissionais era um dos problemas do Centro Hospitalar do Algarve. Em junho deste ano, tinha nos seus quadros 4237 funcionários, entre os quais 701 médicos e 1518 enfermeiros. Em dezembro de 2015, tinha 4040 profissionais, dos quais 623 clínicos e 1445 enfermeiros.

Nova administração

A nomeação da nova administração deverá ser decidida em reunião de Conselho de Ministros, hoje, ou na próxima quinta-feira, dia 31 de agosto.