Prova física do curso de Comandos leva cinco militares ao hospital

Cinco recrutas que realizaram a semana passada o "exercício psico-físico" do curso dos Comandos, na Figueira da Foz, foram esta sexta-feira hospitalizados no Hospital das Forças Armadas. 

O Correio da Manhã contactou Elisabete Silva, porta-voz do Exército, que confirmou a hospitalização destes cinco militares e explica que três já tiveram alta, este domingo, e já regressaram ao quartel. Os restantes dois mantém-se hospitalizados sob observação. 

A mesma fonte explica que em causa estão os valores de rabdomiólise muito elevados dos cinco militares, às 16h00 daquele dia, que levaram o Exército a hospitalizá-los como "medida de prevenção".

Os cinco recrutas que foram internados vão continuar na prova mediante os valores das análises que registarem no futuro.

Esta condição, rabdomiólise, é frequentemente associada aos atletas e caracteriza-se por ser um "síndrome clínico-laboratorial que decorre da lise das células musculares esqueléticas, com a libertação de substâncias intracelulares para a circulação", segundo explica a revista científica publicada pela Ordem dos Médicos, 'Acta Médica Portuguesa'. Ou seja, deve-se a uma lesão muscular provocada pelo intenso esforço físico.

A antiga "Prova Zero", denominada agora de "exercício psico-físico", sofreu alterações desde 2016 quando dois recrutas morreram na sequência da prova. Atualmente é feito um acompanhamento médico diário aos recrutas.

Dylan da Silva e Hugo Abreu, à data dos factos ambos com 20 anos, morreram e outros dois recrutas sofreram lesões graves e tiveram de ser internados durante a denominada 'prova zero' (primeira prova do curso de Comandos) do 127.º curso de Comandos, que decorreu na região de Alcochete, distrito de Setúbal, a 4 de setembro de 2016.

Os 19 responsáveis militares pelo sucedido encontram-se m fase de julgamento.