Comboio arrasta dois para a morte

Um comboio de mercadorias colheu e arrastou por mais de 600 metros o veículo ligeiro de mercadorias onde viajavam Amílcar Canário, de 42 anos, e Francisco Monteiro, de 32, residentes na Covilhã e em Pinhel, operários de uma empresa de reparação de elevadores – que morreram esmagados e carbonizados ontem, às 15h30, nas imediações da estação ferroviária da Guarda.

O maquinista sofreu ferimentos ligeiros, entrou em estado de choque e foi assistidos por técnicos do INEM. O trágico acidente ocorreu quando a carrinha ligeira de mercadorias passou na passagem de nível sem guarda, na Linha da Beira Alta, num acesso rodoviário que faz a ligação entre a zona de Sequeira e a aldeia de Galegos. Por motivos que estão agora a ser investigados pelas autoridades, o comboio colheu o veículo e arrastou-

-o 600 metros ao longo da via.

Moradores próximos da zona onde ocorreu o acidente contaram ao CM que a composição, proveniente de Espanha e carregada de ferro, circulava a alta velocidade. "Só ouvimos o estrondo", adiantaram os populares que se concentraram no local do acidente e que assistiram às operações de socorro.

Várias peças da viatura comercial espalharam-se ao longo dos mais de 600 metros em que foi arrastada, segundo os cálculos de Paulo Sequeira, comandante dos Bombeiros da Guarda. "O choque foi violentíssimo e os corpos ficaram irreconhecíveis", afirmaram ao CM vários socorristas que estiveram no local a retirar as vítimas.

Na sequência do violento embate deflagrou um incêndio que queimou o que restava da viatura e também grande parte da automotora. A coluna de fumo, visível nos arredores da gare, chamou a atenção de residentes e trabalhadores da zona.

Os corpos só começaram a ser removidos quando chegou ao local a Polícia Judiciária da Guarda. O primeiro corpo, do condutor, foi retirado às 18h30 e o outro meia hora depois.