CONDUTOR SOBREVIVE A VOO DE 120 METROS
O condutor de 20 anos que se despistou domingo à noite, à entrada da ponte do Cabril sobre o rio Zêzere, em Pedrógão Grande, sobreviveu com ferimentos graves a um ‘voo’ inicial de 40 metros, seguido de capotamento e novo ‘voo’, acabando o carro imobilizado numa ravina a 120 metros da estrada. Contrariamente ao que pensava, mais ninguém seguia na viatura.
Marcelo Ferreira Santos tem a carta de condução há apenas seis meses, mas a experiência que viveu irá ficar-lhe gravada na memória para sempre. “Ele diz que só se lembra de o carro andar às voltas”, contou ontem a mãe, Maria Isabel Ferreira, depois de visitar o jovem nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), onde está internado. Com um braço e uma perna fracturados e várias escoriações no corpo, Marcelo Santos estava combalido, mas livre de perigo. “Foi um anjo que o segurou. Foi um milagre”, desabafou a mãe.
Quanto às causas do acidente, segundo Álvaro Monteiro, adjunto de comando dos Bombeiros Voluntários da Sertã, não será de excluir a hipótese de “excesso de velocidade”. Por outro lado, o hálito do condutor emanava “um cheiro intenso a álcool”, adiantou o responsável. Marcelo Santos nasceu em Santarém, mas reside com a mãe em Cernache do Bom Jardim. Horas antes do acidente, pelas 20h00, esteve no Café Pacífico com amigos, mas bebeu apenas “uma água”, disse Carlos Dias, proprietário do estabelecimento. Pouco depois, pelas 21h45, um condutor dava o alarme para o 112. Um carro que acabara de o ultrapassar entrou em despiste e precipitou-se na ravina. Ao sair da estrada, o Golf GL, vermelho, derrubou os railes de protecção, uma placa de sinalização vertical e entrou na direcção do precipício, junto ao muro da ponte.
Segundo Álvaro Monteiro, o carro fez um primeiro voo de “40 metros”, bateu no chão, voltou a voar “80 metros” e começou a rebolar até se imobilizar junto a uma árvore. “A sorte dele foi ser projectado do carro”, afirmou o adjunto do comando dos bombeiros da Sertã, explicando que o jovem foi encontrado “em posição vertical, emaranhado numas silvas e com parte do motor do carro aos pés”.
Apesar do aparato do acidente, a vítima nunca perdeu os sentidos, o que ajudou os bombeiros a desbravar caminho para fazer o salvamento, feito com a ajuda de helicóptero.
RESGATE
O resgate do jovem foi efectuado por um helicóptero do INEM. Nas operações de salvamento participaram 43 bombeiros, auxiliados por 12 viaturas, pertencentes a três corporações.
MORTE
Em Agosto, na mesma ponte, uma camioneta carregada de peixe entrou em despiste no tabuleiro, saltou a grade e desfez-se junto à margem do rio Zêzere. O condutor, de 49 anos, morreu.
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