Cristóvão usa PJ em pressão a árbitro
Ex-vice do Sporting acusado de ter dados de árbitros.
Dias depois de 2000 euros terem sido depositados na conta do árbitro-assistente José Cardinal – ‘armadilha’ atribuída a Paulo Pereira Cristóvão, a ser julgado por este caso –, o Sporting recebeu o Marítimo para os quartos de final da Taça. Nesse jogo, o então ‘vice’ do clube leonino envolveu-se em nova polémica. "Você sabe quem eu sou? Eu sou da PJ", reproduziu ontem em tribunal o árbitro Artur Soares Dias, referindo-se às palavras de Cristóvão no túnel, ao intervalo, logo após a sua expulsão.
"Na altura, eu nem sabia quem ele era (...). Dirigiu-me palavras menos corretas, era um estranho numa zona onde não podia estar, e pedi a um agente da PSP para o identificar. Depois considerei-o expulso. Foi então que disse que era da PJ", relatou o árbitro internacional do Porto, avançando ainda que se sentiu inseguro após ter tido conhecimento de que o dirigente leonino – ex-PJ – estaria na posse de uma lista com dados pessoais, entre contas bancárias, agregado familiar e outros. "Recebi telefonemas de pessoas que não conhecia e instalei alarme e câmaras em casa", contou o árbitro.
O sentimento de insegurança foi partilhado em tribunal pelos outros nove árbitros que ontem prestaram depoimento, todos amedrontados pela lista e pela divulgação de dados pessoais na Internet. Todos negaram ter tido uma receção invulgar em Alvalade. Alguns admitem ter recebido camisolas e mascotes, situação comum em outros clubes.
Em tribunal depôs ainda uma advogada, que viveu com Cristóvão em 2008 e 2009. Prestou serviços jurídicos na empresa Primus Lex, dirigida pelo arguido. Nela trabalhou Rui Martins, que terá feito o depósito do dinheiro na conta de Cardinal a mando de Cristóvão.
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