Cunhada de Sócrates revela entregas de dinheiro na Suíça
Tânia Gouveia é uma das primeiras testemunhas a ser chamada pelo Ministério Público.
Tânia Gouveia, ex-companheira do irmão de Sócrates, é uma das primeiras testemunhas a ser chamada pelo Ministério Público, depois de, em dezembro de 2014, ter garantido que António Pinto de Sousa, entretanto falecido, ia regularmente à Suíça levar dinheiro para os bancos. Garantiu que o dinheiro não era dela, nem do companheiro. Isto porque, explicou, António ganhava 700 euros e Tânia estava desempregada. E admitiu que o dinheiro pudesse ser ou de José Sócrates ou do seu primo José Paulo. Não havia outra hipótese, disse.
Sobre a alegada fortuna da mãe de José Sócrates, Maria Adelaide, Tânia Gouveia disse que os imóveis da antiga sogra eram "casinhas de porteira". Explicou que eram casas pequenas e antigas, que valeriam pouco mais 35 mil euros. Mesmo a casa na zona histórica de Cascais para onde Maria Adelaide se mudara depois de ter o apartamento na Braamcamp seria, quanto muito, um T1, garantiu a mulher que disse que era próxima da família.
Tânia Gouveia foi ainda interrogada sobre a vida que José Sócrates levava quando o seu companheiro era vivo. E contou que os irmãos eram íntimos e que viajavam frequentemente. Revelou depois que fez várias viagens só com António e que foram sempre tratadas pelo gabinete de Sócrates, quando aquele era primeiro-ministro. Foi ao Algarve por diversas vezes, a Veneza, ao Brasil e a Itália. Ficava sempre em hotéis de cinco estrelas, tinha direito a motorista e não sabe quem pagava. Ela não era de certeza.
Aos investigadores do processo, Tânia Gouveia assumiu que nunca teve capacidade de fazer aquela vida de luxo. E também nunca soube de quem era o dinheiro, só sabia que o dinheiro que era depositado nesses bancos não era o seu: que não existia. Tânia Gouveia diz por último que Maria Adelaide, depois da morte do seu ex-companheiro, se apoderou do pouco que tinham. E que a filha, também herdeira, nada recebeu.
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