Demolição de barracas no Portinho da Arrábida
Arrancou ontem o processo de requalificação do Portinho da Arrábida, no âmbito do Plano de Ordenamento da Orla Costeira Sintra-Sado, com a demolição de sete barracas e outras infra-estruturas abandonadas. Esta é a primeira de três etapas a ser concluída, que prevê ainda a destruição de uma antiga discoteca, de um edifício chamado Gruta e dos restaurantes sobre a linha de água.
De acordo com o presidente do Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB), a primeira fase deverá estar concluída nas próximas duas semanas. “Até ao final da semana estará tudo demolido. Depois é uma questão de retirar o entulho”, garantiu ao CM João Menezes, explicando no que consiste a operação: “Começámos por demolir um conjunto de infra-estruturas que estavam abandonadas, sem qualquer proprietário, e que representavam um problema para a segurança das pessoas que frequentam aquela praia. São cerca de seis ou sete barracas e umas dez infra-estruturas que nem são casas nem ruínas.”
A segunda fase da requalificação só deverá arrancar no final de Março ou início de Abril. Segundo João Menezes, as demolições irão continuar, estando prevista a destruição de mais duas infra-estruturas: “Estas estão localizadas junto à arriba. Estamos a falar de uma instalação a que deram o nome de Gruta, ocupada há algum tempo por sem-abrigo que é preciso desalojar. A outra é o resto de uma antiga discoteca que se chamava Seagull”.
O problema, conforme reconhece o presidente do Instituto da Conservação da Natureza, reside nos restaurantes sobre a linha do mar – Galeão e Beira Mar, no Portinho da Arrábida, e João’, em Galápos – cujo destino será igualmente a demolição. “Esta terceira fase só arranca quando o processo judicial estiver terminado. Mal exista cobertura do tribunal iremos remover os restaurantes do local”, afirmou João Menezes, dando conta da situação que se arrasta nos tribunais: “Estava previsto serem demolidos ainda este ano, mas os proprietários não concordaram e colocaram a acção judicial. Acreditamos que a nossa leitura da legislação é a mais correcta e que poderemos intervir no próximo ano.”
TRÂNSITO MELHORADO
“Queremos requalificar o trânsito naquela zona, porque de Junho a Setembro é um caos. A ideia será colocar um parque de estacionamento algures na parte de cima e ter um transporte para levar as pessoas até à praia”, disse João Menezes.
TRATAR FUNDO DO MAR
“Diminuímos para menos de metade a carga de embarcações de recreio que podem fundear naquela zona. Também iniciámos a recuperação do fundo do mar, ao devolver à área a fauna típica que irá refazer aquele habitat, albergando novas espécies”, explicou.
CASAS CLANDESTINAS
“Alguns proprietários decidiram recorrer aos tribunais, mas estamos convencidos de que também nos será dada razão. É necessário pôr cobro a estas situações porque há normas claras que não existiam no passado e as populações não compreenderiam para que servia a administração”, afirmou João Menezes.
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