Dupla espalha terror em assalto a banco
Dois franceses estão a ser julgados em Guimarães por roubo armado em 2014. Funcionária recordou o medo que sentiu.
Apontou a arma na minha direção e só disse: "é um assalto, façam o que eu digo e vai correr tudo bem. Fiquei em pânico". O relato de terror foi feito esta terça-feira, no Tribunal de Guimarães, por uma funcionária do banco Barclays, assaltado em janeiro de 2014 por dois franceses, que estão agora a ser julgados. O ataque armado aconteceu em plena luz do dia, numa altura em que, na dependência, estavam quatro funcionários e dois clientes. Considerados "altamente perigosos" e já a cumprir pena por roubos a bancos, os arguidos ficaram em silêncio.
Marta Ramalho, que era subdiretora do balcão assaltado, recordou ontem que os dois homens entraram armados e que pelo menos um "usava peruca e tinha a cara pintada de castanho escuro". A responsável confirmou ter autorizado a abertura da caixa multibanco e ter sido ela a abrir o cofre da primeira vez. "Quando o alarme do cofre soou, fui incapaz de me levantar. Estava tão aterrorizada que, se tentasse levantar-me, caía", lembrou.
Antes de abandonarem o banco com 82 mil euros num saco, os assaltantes fecharam as vítimas na copa. "Trancaram a porta e deram ordens para ficarmos ali pelo menos dez minutos. E nós cumprimos", rematou aos juízes a subdiretora.
Os assaltantes foram capturados no ano de 2015, após assaltos a bancos em Setúbal e Évora.
O julgamento em Guimarães decorre sob fortes medidas de segurança devido aos antecedentes da dupla de criminosos. Os arguidos respondem neste processo pelos crimes de roubo e sequestro.
PORMENORES
Roubam câmara
Para além dos 82 mil euros da caixa multibanco e do cofre, os dois assaltantes levaram ainda o sistema de videovigilância. O gravador foi encontrado um dia após o assalto.
Trinta minutos
Os dois franceses revelaram "à-vontade e tranquilidade" durante o assalto, que durou cerca de meia hora. Os dois arguidos ameaçaram funcionários e clientes, mas nunca os agrediram.
Fuga em Badajoz
Um dos arguidos responde também por condução perigosa. Durante uma fuga à GNR, em 2013, na fronteira de Elvas/Caia, escapou à GNR após uma troca de tiros, na cidade de Badajoz.
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