Eduardo Cabrita louva SEF após demissão
Ex-ministro elogia organismo que extinguiu há um ano.
Eduardo Cabrita extinguiu o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) há um ano, exonerou a diretora em julho e demitiu-se no dia 3 deste mês. Mas um despacho assinado pelo ex-ministro da Administração Interna no dia 4 – o mesmo sábado em que Francisca Van Dunem tomou posse e substituiu Cabrita no cargo – atribuiu ao organismo a “Medalha de Serviços Distintos de Segurança Pública, grau Ouro”.
A distinção deixou os funcionários e inspetores do (ainda) SEF estupefactos.
“Demonstra um comportamento bipolar por parte do ex-ministro ou remorso. Não se compreende como o mesmo governante que determinou a extinção do SEF, vem agora dar uma medalha pelo serviço prestado”, acusa o presidente do Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do SEF, Acácio Pereira.
No despacho, Eduardo Cabrita sustenta a atribuição da medalha com “a árdua e complexa missão no âmbito da resposta à emergência de saúde pública ocasionada pela doença Covid-19, tendo [o SEF] revelado uma notável capacidade de planeamento e de organização”. “A ação do SEF foi imprescindível no âmbito da reposição do controlo nas fronteiras, nomeadamente terrestres. O pessoal do SEF revelou insigne profissionalismo, disciplina e competência no desempenho das suas funções”, lê-se no texto publicado ontem em Diário da República. “Mostra que temos razão. A existência do SEF faz todo o sentido, hoje mais que nunca”, diz Acácio Pereira.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt