EM DEFESA DO MUSGO

Não há legislação própria e apesar de ser uma espécie protegida, o musgo é colhido às centenas de quilos na época natalícia.

21 de dezembro de 2003 às 00:00
EM DEFESA DO MUSGO Foto: Jorge Paula
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"Há uma campanha desenfreada de apanha e venda do musgo nesta época e a falta de legislação própria, sem coimas ou multas para quem o apanha, pode levar a pouco e pouco à sua extinção", explicou ao CM Maria Amélia Loução, directora do Jardim Botânico da Universidade de Lisboa, no final de uma 'aula' de duas horas ministrada pelo biólogo Fernando Catarino.

Destinado a demonstrar os malefícios que o Natal pode fazer à botânica, no evento foi realçada a importância do musgo na Natureza e apresentadas algumas das alternativas ao musgo para enfeite de presépios: pequenas searas de cevada, trigo ou centeio. "As sementes demoram uma, duas semanas a germinar e depois duram muito tempo, podendo ser transplantadas para os jardins", explicou Amélia Loução.

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"Caiu na moda utilizar musgos e líquenes. Há muitos arquitectos que usam para imitar árvores e até na sede da Gulbenkian há uma arranjo feito com líquenes", ironizou Fernando Catarino. O professor salientou o "papel enorme" que o musgo tem na conservação da Natureza. "Protegem da perda de solo, nomeadamente nos sítios onde houve incêndios", sendo que os musgos "podem demorar até 20 anos a desenvolver-se".

Para além de ajudar a combater a erosão, o musgo retém a água e a humidade, protegendo o solo. Por isso, "pode- -se fazer presépios cada vez mais bonitos sem estragar o musgo", realçou Fernando Catarino. Outras das espécies utilizadas no Natal é o azevinho, cuja venda é actualmente proibida mas que continua a ser empregue nos centros de mesa e que podem ser substituídos por pequenas plantas "tão ou mais bonitas".

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