Emissão de gases em refinaria alarma população
Empresa lamenta incómodo causado e garante ter tomado medidas.
Estamos muito preocupados porque a Galp desvalorizou um incidente, que entendeu não comunicar aos serviços municipais ou seguir os procedimentos normais de comunicação às entidades." Guilherme Pinto, presidente da Câmara de Matosinhos, alerta para a "atitude inqualificável" da proprietária da refinaria de Leça da Palmeira, ao não informar a Proteção Civil da libertação de gases para a atmosfera, ao final da tarde de dia 11.Ao CM, a empresa indica que "o incidente ocorreu durante o desentupimento com água de uma tubagem e foi prontamente resolvido de acordo com as normas processuais previstas para a situação específica".
O relatório dos serviços municipais de Proteção Civil refere que "apenas teve conhecimento do facto já muito tarde e por intermédio de terceiros". Vários munícipes alertaram para o forte cheiro a gás, entre as 18h15 e as 22h20 daquele dia, mas só às 19h30 o piquete "recebeu uma chamada da segurança da refinaria, a informar que efetivamente houve uma falha técnica num dos equipamentos e que, após tentativa de solucionar o problema, foi libertado um produto para a atmosfera". Informou ainda que "a situação estava controlada e não havia motivos para alarme pois o produto libertado não era tóxico para a saúde pública, pedindo desculpa pelo incómodo".
Ao CM, a Galp "lamenta o incómodo causado às populações vizinhas, tendo já tomado medidas que evitem situações semelhantes no futuro".
"Há necessidade de rever os procedimentos. A Galp tem de deixar de apregoar a sua autossuficiência e perceber que há erros, que são sempre humanos, e é preciso haver uma profunda confiança da população com a refinaria – confiança essa que, depois deste incidente, sai, naturalmente, beliscada", afirma Guilherme Pinto ao CM
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