Enfermeiro nega abusos a doentes
Mário Dominguez disse estar a ser alvo de uma armadilha e garantiu que nunca sujeitou pacientes a atos sexuais. Vítima confirmou ter sido atacada.
Durante mais de uma hora, Mário Dominguez refutou ontem todas as acusações diante do coletivo de juízes do Tribunal de S. João Novo, no Porto. O enfermeiro do Hospital de Santo António negou ter abusado de três doentes que estavam aos seus cuidados entre 2007 e 2012. Disse que tudo o que as vítimas contaram era mentira e que estava a ser alvo de uma armadilha.
O arguido, de 37 anos, descreveu detalhadamente os atos de enfermagem que realizou às vítimas. Contou que lhes tocou no corpo, mas garantiu que nunca o fez de forma imprópria e muito menos com intuito sexual.
Os juízes ouviram, também na sessão de ontem, a primeira vítima do arguido, que à data dos factos tinha 17 anos. A jovem confirmou que foi abusada sexualmente. Esta vítima pede uma indemnização de um total de 15 mil euros a Mário Dominguez e ao hospital. Alega que a unidade de saúde tentou ocultar os abusos e que nunca comunicou o caso à Polícia Judiciária do Porto.
Após esta primeira situação, o Hospital de Santo António abriu um processo disciplinar ao arguido, que foi arquivado. Ontem, o enfermeiro disse que nunca chegou a conhecer o teor desta queixa contra si.
Só em 2011, após ter atacado a segunda vítima, uma mulher de 35 anos - que também pede 15 mil euros - é que a unidade o terá confrontado com as suspeitas de abusos.
O julgamento, que decorre à porta fechada, tem continuação marcada para o dia 10. O arguido está sujeito a apresentações e suspenso de funções.
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