Estudantes em choque têm apoio psicológico
Colegas das vítimas divulgavam o desaparecimento das duas amigas quando souberam que foram encontradas mortas na Linha do Norte.
Os colegas de escola de Lígia Louro e de Inês Rosa estavam esta sexta-feira, no intervalo das 15h30, a distribuir panfletos a alertar para o desaparecimento das duas amigas quando souberam que tinham sido encontradas mortas na Linha do Norte.
"Reagiram de forma trágica. Algumas amigas choravam e todos ficámos em choque", conta António Cordeiro, professor do Agrupamento de Escolas de Montemor-o-Velho, onde as duas vítimas estudavam.
Alguns dos amigos mais próximos receberam apoio do psicólogo da escola, segundo um estudante. "A notícia deixou toda a comunidade escolar de rastos", refere um funcionário, que pediu para não ser identificado. Mesmo os estudantes que não eram muito próximos das adolescentes ficaram afetados com a notícia. António Cordeiro está convencido de que a partir de segunda-feira, com o regresso às aulas, o ambiente no estabelecimento de ensino ainda será mais pesado: "Vai ser o grande choque na escola."
Alunas do sétimo ano, mas de turmas diferentes, Inês e Lígia eram muito próximas, ao ponto de pernoitarem em casa uma da outra. Na escola, os colegas habituaram-se a vê-las sempre juntas. "Gostavam muito uma da outra e protegiam-se", conta Fábio Ribeiro, amigo das duas e ex-namorado de Inês.
Fábio sabia que tinham ido ter com um amigo a Coimbra. Era a primeira vez que saíam sozinhas de Montemor-o-Velho. Estava, no entanto, longe de imaginar que o passeio à cidade iria terminar de forma trágica. Foram vistas pela última vez na quarta-feira, pelas 13h30, quando saíram da escola. Ao longo do dia, os colegas mantinham a esperança de encontrarem as jovens vivas, tendo dedicado todos os intervalos a distribuir os panfletos. "É muito triste este desfecho", disse um funcionário ao CM
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