Estudo estima aumento anual de 1,4 milhões de mortes prematuras no fim do século devido aos incêndios florestais

Fumo provocado pelos incêndios poderá ser responsável por mais de 70 mil mortes adicionais por ano, até 2050.

18 de setembro de 2025 às 20:09
Incêndios Foto: José Coelho/Lusa
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O aumento dos incêndios florestais, associado às alterações climáticas, deverá provocar um aumento de 1,4 milhões de mortes prematuras por ano no mundo no fim do século, segundo um estudo esta quinta-feira divulgado que usou inteligência artificial.

Investigadores da universidade chinesa Tsinghua utilizaram um modelo de aprendizagem automática (subcampo da inteligência artificial) para projetar as emissões poluentes dos incêndios florestais e as mortes prematuras associadas a nível global no final do século, estimando um acréscimo de 1,40 milhões de mortes prematuras anuais entre 2095 e 2099, aproximadamente seis vezes mais do que as taxas atuais.

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De acordo com os autores do estudo, publicado na revista científica Nature, as emissões mundiais de carbono resultantes de fogos florestais podem aumentar 23%, sob um cenário de emissões intermédias, entre os períodos 2010-2014 e 2095-2099.

Um outro estudo, também publicado na Nature, estima que nos Estados Unidos o fumo provocado pelos incêndios poderá ser responsável por mais de 70 mil mortes adicionais por ano, até 2050, num cenário de elevadas emissões poluentes.

Investigadores das universidades norte-americanas de Stony Brook e Stanford desenvolveram modelos estatísticos e de aprendizagem automática, treinados com dados observacionais de emissões mensais e anuais de incêndios de 2001 a 2021, para prever as futuras concentrações de partículas finas (PM2.5) geradas por fogos florestais em diferentes cenários climáticos na América do Norte.

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Utilizando dados sobre as mortes registadas nos Estados Unidos entre 2006 e 2019, os autores do trabalho fizeram estimativas para os efeitos da exposição ao fumo dos incêndios (e à inalação das partículas finas) nas taxas de mortalidade futuras.

Os cientistas estimam que o aumento de partículas finas, resultante do aumento de fogos florestais devido às alterações climáticas, poderá traduzir-se em mais 71.420 mortes anuais nos Estados Unidos até 2050, num cenário de elevadas emissões. 

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