Exames e vestuário desmentem dux
Sobrevivente não tem lesões resultantes da tragédia.
O testemunho do perito do Instituto Nacional de Medicina Legal ouvido ontem no Tribunal de Setúbal levantou dúvidas sobre se João Gouveia esteve nas mesmas condições que os restantes seis amigos que morreram arrastados por uma onda no Meco, a 15 de dezembro de 2013. Segundo apurou o CM, o perito João Ferreira dos Santos disse que ninguém conseguia passar mais de dois minutos no mar sem sofrer qualquer lesão.
"Não existe nos relatórios médicos referência a qualquer lesão ou indício de que João Gouveia possa ter estado no mar", disse ao CM Vítor Parente Ribeiro, advogado das famílias das vítimas, no final de mais uma sessão de instrução do caso Meco, que está a decorrer no Tribunal de Setúbal.
Paula Brum, advogada de João Gouveia afirmou que "como não lhe entrou água nos pulmões ou no estômago, podia ter estado muito mais tempo dentro do mar". Outra questão duvidosa prende-se com o facto de João Gouveia ter entregue à PJ, três meses depois da tragédia, a roupa usada naquela noite ainda molhada. Paula Brum nega, mas a informação consta do relatório da Polícia Científica.
Fernanda Cristóvão, mãe de Catarina Soares, uma das jovens que morreu no Meco, mostrou-se emocionada: "Todas as noites falo com a minha filha e peço-lhe ajuda para descobrir a verdade. E vou descobrir nem que seja a última coisa que faça antes de ir para junto dela." João Gouveia, pai do sobrevivente, pondera processar as famílias. "Reservamo-nos o direito de agir em conformidade com o quadro legal para salvaguardar o bom-nome e até a sanidade mental de um jovem que podia ter morrido também", disse. A irmã Catarina disse que muitos "veem o João como um monstro."
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