Expulsos militares corruptos

Vítor Liberato e Manuel Augusto exigiam subornos para perdoar multas a camionistas.

05 de setembro de 2015 às 00:12
Santa Maria da Feira, Vítor Liberato, Manuel Augusto, Guarda Nacional Republicana, crime, lei e justiça, polícia Foto: Manuel Vitoriano
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Vítor Liberato e Manuel Augusto, os dois militares de trânsito da GNR de Santa Maria da Feira condenados e já a cumprirem as penas de cinco e quatro anos de prisão efetiva por envolvimento numa rede de corrupção e recebimento de subornos, foram agora expulsos daquela força de segurança.

Os dois receberam a notificação da pena disciplinar na cadeia de Évora, onde estão presos junto ao ex-primeiro-ministro José Sócrates. A punição disciplinar aplicada pelo comando-geral da GNR, ontem publicada em Diário da República, é a mais gravosa prevista no regulamento. Os dois guardas foram formalmente abatidos aos quadros da Guarda Nacional Republicana e perdem direitos ao uso do uniforme, medalhas e louvores.

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Foram presos pela Polícia Judiciária em finais de 2011. Segundo a investigação, Vítor Liberato e Manuel Augusto detetavam infrações de trânsito no desempenho das respetivas funções. Os condutores de camiões fiscalizados eram depois levados a dar o contacto dos respetivos patrões, que recebiam telefonemas dos militares a exigir dinheiro, ou o pagamento de almoços e combustíveis para que as multas fossem perdoadas.

Além dos guardas, foram presas mais nove pessoas. Condenados, respetivamente, a sete e cinco anos de prisão no Tribunal de Estarreja por crimes de prevaricação, abuso de poder e corrupção, Vítor Liberato e Manuel Augusto recorreram. O Tribunal da Relação do Porto baixou-lhes as penas, mas o trânsito em julgado levou a que recolhessem à cadeia já durante o segundo semestre do corrente ano.

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