Falta de salários sobe no turismo
Marilu Santana é uma das vítimas da situação. Está acorrentada.
Acorrentada desde sexta-feira no Clube Praia da Rocha, Marilu Santana, de 52 anos, tornou-se no rosto da luta contra os salários em atraso no turismo algarvio. O Sindicato dos Trabalhadores de Hotelaria garante que "os processos têm vindo a avolumar-se".
O sindicalista Tiago Jacinto diz que "os principais problemas estão ligados a empresas que recorrem à insolvência ou a processos de revitalização". Além de salários e subsídios em atraso, há queixas de trabalhadores "a quem querem tirar as folgas, a alimentação ou o transporte", bem como casos de "trabalho suplementar que devia ser pago e não é".
Elidérico Viegas, da associação que representa as empresas turísticas algarvias, reconhece que o "setor atravessa dificuldades", mas diz "não conhecer muitas situações de salários em atraso". Segundo o dirigente, "o ideal seria que essas situações não ocorressem, mas não é exclusivo do turismo, existindo, aliás, outros setores onde esta realidade é ainda maior".
Para já, o caso de Marilu Santana e de mais cerca de 30 colegas continua sem solução à vista. "Só vou sair com o meu dinheiro ou morta de fome", garantiu ao CM a ex-funcionária do Clube Praia da Rocha, que ontem contou com o apoio de dezenas de pessoas.
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