Filha de Proença de Carvalho vai ser ouvida como testemunha em tribunal

Armindo Pires, alegado testa de ferro de Manuel Vicente, arrola Graça Proença de Carvalho, gestora do BPAE.

19 de janeiro de 2018 às 08:46
Proença, Operação Fizz, Armindo Pires, Manuel Vicente, Graça Proença de Carvalho,BPAE Foto: Miguel Ribeiro Fernandes
Proença, Operação Fizz, Armindo Pires, Manuel Vicente, Graça Proença de Carvalho,BPAE Foto: Tiago Sousa Dias
Proença, Operação Fizz, Armindo Pires, Manuel Vicente, Graça Proença de Carvalho,BPAE Foto: David Martins
Proença de Carvalho Foto: Tiago Petinga

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A filha de Daniel Proença de Carvalho, advogado que Orlando Figueira acusou de o ter tentado corromper, vai ser ouvida como testemunha no julgamento da Operação Fizz, que começa na próxima segunda-feira. Graça Proença de Carvalho foi, segundo revelou o próprio Orlando Figueira no requerimento em que faz acusações graves àquele advogado, uma das administradoras do Banco Privado Atlântico Europa (BPAE) que assinou o empréstimo de 130 mil euros que este banco concedeu ao ex-procurador no final de 2011.

A administradora do BPAE é uma das 30 pessoas arroladas por Armindo Pires, alegado testa de ferro de Manuel Vicente, para testemunharem no julgamento da Operação Fizz. Dessa lista, constam também os nomes dos procuradores Rosário Teixeira, Ricardo Matos, Cândida Almeida, Vítor Magalhães e Teresa Sanchez, o juiz Carlos Alexandre e o procurador-geral de Angola José Maria de Sousa.

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No requerimento em que acusou Proença de Carvalho de lhe ter prometido um futuro emprego e o pagamento das despesas com a sua defesa em troca da proteção de Carlos Silva, presidente do BPAE, Orlando Figueira lançou dúvidas sobre Graça Proença de Carvalho.

Para o ex-procurador, se o contrato do empréstimo que recebeu do BPAE foi forjado, como defende o Ministério Público, quem fez a falsificação "teria que ser, por isso, também responsabilizado e também acusado nos presentes autos". E questionou: "Será porque uma das outorgantes nesse contrato de mútuo, em representação do BPAE, se chamava Graça Proença de Carvalho, filha do dr. Daniel Proença de Carvalho? Fica aqui a dúvida!"

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Proença de Carvalho e Carlos Silva já negaram as acusações do ex-procurador. Orlando Figueira, Armindo Pires e Paulo Blanco, advogado também acusado neste processo, já pediram também para o advogado ser ouvido em tribunal.

Buscas a escritório de Blanco apanham carta com escuta enviada a PGR de Angola 

Quando fez buscas ao escritório de advogados de Paulo Blanco em 2016, no âmbito da Operação Fizz, a Polícia Judiciária apreendeu uma carta do advogado dirigida ao procurador-geral de Angola, João Maria de Sousa, na qual enviava o registo de uma escuta telefónica de um processo judicial em Portugal. Segundo a revista ‘Sábado’, nessa carta Paulo Blanco escreveu: "pessoa amiga de Angola fez-me chegar, anonimamente, o CD-Rom que infra anexo." Nas buscas foi ainda apanhado um documento para criar um banco no Dubai.

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Armindo Pires nega acusações do Ministério Público

Na contestação apresentada no processo, Armindo Pires garante não ter cometido nenhum crime de corrupção, branqueamento de capitais e falsificação de documento. O arguido afirma que não teve qualquer envolvimento no caso Fizz.

PORMENORES

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Origem do caso

A investigação ao ex-procurador Orlando Figueira surgiu na sequência do envio de uma carta anónima ao Ministério Público, em julho de 2014.

Quatro arguidos

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Em 2017, o Ministério Público acusou da prática de vários crimes Orlando Figueira, Manuel Vicente, ex-vice-presidente de Angola, Armindo Pires, alegado testa de ferro de Vicente, e Paulo Blanco, advogado de Angola.

Tese da acusação

No essencial, segundo o Ministério Público, Manuel Vicente, com a ajuda de Paulo Blanco e Armindo Pires, terá pago 700 mil euros a Orlando Figueira para arquivar a investigação à compra de um apartamento no empreendimento Estoril Sol.

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Crimes em causa

Orlando Figueira, Manuel Vicente, Armindo Pires e Paulo Blanco foram acusados da prática do crime de corrupção. Estão também em causa os crimes de branqueamento de capitais e falsificação de documento.

Conta em Andorra

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Orlando Figueira abriu uma conta em Andorra, em 2014, onde recebeu cerca de 265 mil dólares (216 mil euros, ao câmbio atual) da Primagest angolana.

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