Fixar gente no Interior para evitar incêndios

População ativa protege o que é seu. Alentejo perde sete pessoas por dia, alerta autarca.

12 de setembro de 2018 às 01:30
Debate moderado por José Carlos Castro (diretor-adjunto do CM e CMTV) teve a participação (da esq. para a dir.) de Carlos Gomes, Carlos Pinto de Sá, Carlos Anjos e Armando Esteves Pereira (diretor-geral editorial-adjunto do CM e CMTV) Foto: Hugo Rainho
Debate moderado por José Carlos Castro (diretor-adjunto do CM e CMTV) teve a participação (da esq. para a dir.) de Carlos Gomes, Carlos Pinto de Sá, Carlos Anjos e Armando Esteves Pereira (diretor-geral editorial-adjunto do CM e CMTV) Foto: Hugo Rainho
Monchique depois dos incêndios Foto: Lusa
Local onde começou o fogo, na zona das Taipas, na serra de Monchique Foto: Pedro Noel da Luz

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A aposta na fixação de pessoas no Interior do País pode ser uma das formas de prevenir incêndios. A sugestão foi dada esta terça-feira na décima conferência ‘CM não Esquece!’, que decorreu em Évora. O problema do despovoamento foi partilhado pelo painel de oradores.

"O Alentejo está a perder sete pessoas por dia e este número é igual para dois terços do País. Há aqui uma orientação política que leva as pessoas a saírem do Interior. Era necessário que houvesse um olhar para o Interior e a aplicação de políticas concretas. Essas medidas passam pela criação de atividade económica", explicou o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá.

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A crença de que uma população ativa cuida e protege o que é seu levou os oradores a serem unânimes na ideia de que assim também se previnem os incêndios.

Carlos Pinto Gomes, da Universidade de Évora, sugeriu também a criação de projetos escolares que ensinem os alunos a conhecer a floresta e formas de prevenção de incêndios. "Primeiro é preciso que conheçam as árvores e o ambiente. É importante ganhar conhecimento desde pequeno."

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O painel concordou que a aplicação de penas mais pesadas para incendiários não resolve o problema.

"A Justiça não penaliza convenientemente os incendiários. Agora, é errado pensar que o problema do fogo tem que ver diretamente com a mão leve que se tem com os incendiários. Este é um problema que toca em várias estruturas, desde a prevenção dos incêndios até ao ordenamento do território e da organização florestal", acrescentou Carlos Pinto Gomes.

Castanheiro e carvalho têm mais resistência ao fogo 

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Para o professor do Departamento de Paisagem, Ambiente e Ordenamento, a floresta deve ser gerida de forma a privilegiar a plantação de árvores autóctones, como o castanheiro e o carvalho. "Há espécies que, pela humidade, têm grande e maior resistência ao fogo."

Governo analisa relatório do fogo de Monchique  

"Esse relatório determinará tudo aquilo que se passou", disse ao CM José Artur Neves, realçando que as conclusões deverão ser divulgadas "em poucos dias".

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PORMENORES 

Meios aéreos

O aluguer pelo Governo de meios aéreos de combate a incêndios a empresas privadas, que custa anualmente milhões de euros, foi criticado por Carlos Anjos, que acredita que essa foi uma decisão errada.

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Criminalização

A criminalização dos incendiários é a medida que acolhe mais votos na página online da iniciativa ‘CM não Esquece!’, com 40,9% dos votos. Em segundo lugar surge a educação, formação e sensibilização.

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