Fraude de 667 mil euros em três farmácias

Quatro farmacêuticos, três deles diretores técnicos, acusados de quinze crimes.

25 de julho de 2017 às 08:46
Farmacêuticos simularam venda de medicamentos, faturando-os depois ao Serviço Nacional de Saúde Foto: Direitos Reservados
Medicamentos Foto: Getty Images
Lacunas não permitem controlar a quantidade de medicamentos prescritos. Foto: CMTV
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Entre 2012 e 2016, os quatro farmacêuticos, três dos quais diretores técnicos de farmácias do Porto e de Vila Nova de Gaia, realizaram operações simuladas de venda de medicamentos, faturando-as ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) como se os utentes tivessem adquirido tais produtos. No total, os arguidos - três homens e uma mulher - obtiveram de forma fraudulenta comparticipações cujo montante global ultrapassa os 667 mil euros.

Os quatro arguidos foram agora acusados pelo Departamento de Investigação e Ação Penal do Porto de crimes de burla qualificada, falsificação de documentos e falsidade informática. Três sociedades comerciais vão também responder pelos mesmos crimes.

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De acordo com a acusação, a que o CM teve acesso, os factos reportam-se à atividade de três farmácias, duas delas em Gaia e uma no Porto, das quais eram sócios-gerentes dois dos arguidos que vão responder em tribunal. O Ministério Público entende que estes dois farmacêuticos atuaram em conluio com mais dois diretores de farmácias para assim obterem o dinheiro das comparticipações do SNS, que não lhes era devido.

Os arguidos e as três sociedades comerciais deverão ter de responder em julgamento por um total de quinze crimes, depois de, durante anos, terem simulado a venda de medicamentos de forma a lesar o Estado.

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Os suspeitos foram detidos pela Polícia Judiciária do Porto e aguardam agora o julgamento sujeitos a apresentações semanais e suspensos de funções. Não podem também frequentar as farmácias envolvidas.

PORMENORES 

Documentação

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A Polícia Judiciária passou a pente fino toda a documentação das farmácias em causa durante os últimos sete anos. Os arguidos foram detidos pelos inspetores no final do ano passado.

Receitas forjadas

As receitas forjadas diziam respeito a medicamentos de valor mais elevado vendidos no mercado, sendo que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) saiu bastante lesado com todo este esquema.

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Pagam caução

Quando foram ouvidos pelo juiz de instrução criminal, dois dos arguidos tiveram de pagar cauções de 60 mil e 75 mil euros. Não podem contactar entre eles e com os outros arguidos.

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