Fuga em esquentador mata dois trabalhadores da construção civil
Mário Rui e José Luís Santos, de 35 e 48 anos, foram encontrados sem vida em casa, em Portalegre.
Uma fuga de gás na instalação de um esquentador antigo numa casa na freguesia de Urra, em Portalegre, esteve esta terça-feira de manhã, segundo as autoridades, na origem da morte de dois trabalhadores da construção civil. Na casa arrendada estavam quatro operários, mas dois sobreviveram. A tragédia vitimou José Luís Santos, de 48 anos, e Mário Rui, de 35. Eram ambos residentes na freguesia de Benedita, em Alcobaça.
De acordo com o segundo comandante dos Bombeiros Voluntários de Portalegre, Jorge Marques, "a instalação do esquentador foi feita pelos próprios trabalhadores e não estaria na melhores condições". Admitiu que tal poderá ter estado na origem das mortes. A mesma hipótese é avançada por Lucas Silva, um dos sobreviventes, que disse ao CM que ele e os colegas tomaram banho na noite anterior e que depois desligaram o esquentador. Assume que a fuga de gás pode ter ocorrido a partir desse momento.
O alerta para a tragédia foi dado às 07h15, precisamente por um dos sobreviventes. De imediato, foram enviadas ambulâncias para o local, mas dois dos operários já tinham perdido a vida. Os sobreviventes, de 21 e 37 anos, tiveram de ser levados para o hospital de Portalegre.
Os quatro operários, todos de Alcobaça, estavam a trabalhar na construção civil na zona do Crato e tinham arrendado a casa onde ocorreu a tragédia.
José Luís Santos morava em Freires, com a mulher e os filhos, um rapaz de 13 anos e uma rapariga de 21 anos. O ambiente esta terça-feira era de grande tristeza na aldeia. António Carvalho, tio da vítima, explicou que a família "vai tentar aguentar o melhor possível" e recordou o sobrinho como "uma pessoa muito prestável".
Já em Azambujeira, a família de Mário Rui mostrava-se também inconsolável. "Vai fazer muita falta", relatou um casal vizinho.
PORMENORES
Vítima foi transferida
Um dos sobreviventes teve mais tarde de ser transferido para o Hospital das Forças Armadas, em Lisboa, para ser sujeito a tratamento numa câmara hiperbárica.
Empresa fechada
A empresa para a qual os quatro trabalhadores da construção civil estavam a prestar serviço, na zona do Crato, encontrava-se esta terça-feira encerrada.
Famílias com apoio
As famílias das duas vítimas mortais estavam já esta terça-feira a receber apoio psicológico. Encontravam-se muito abaladas.
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