Fuzileiros acusados de agredirem militar conhecem hoje sentença

O Tribunal do Barreiro procede esta quarta-feira à leitura da sentença do caso de seis fuzileiros da Marinha Portuguesa acusados de diversas agressões a um outro militar, em 2010, durante o curso na Escola de Fuzileiros de Vale de Zebro.

Os seis arguidos estão acusados, em coautoria, de um crime de ofensas à integridade física qualificada, na forma continuada.

Segundo o despacho de acusação do Ministério Público (MP), entre maio e agosto de 2010, cinco dos arguidos "começaram a agredir física e psicologicamente, de forma frequente e reiterada", a vítima, atualmente com 24 anos.

O despacho de acusação do Ministério Público referia também que os arguidos atuavam de forma concertada com o intuito de humilhar o ofendido e induzi-lo a desistir do curso que frequentava, fazendo-o crer que não tinha capacidade para as funções que se propunha exercer no seio da Marinha Portuguesa.

Agressões foram filmadas

Durante as agressões, que ocorriam durante a noite, ou mesmo durante o dia, nas salas de aulas ou nas traseiras de alguns edifícios, os seis arguidos terão agredido a vítima a murro e a pontapé.

O militar agredido, que não recebeu assistência médica imediata, foi posteriormente acompanhado em consultas de psicologia e psiquiatria no Centro de Medicina Naval, no Alfeite, e na Unidade Hospitalar de Santa Clara, tendo-lhe sido diagnosticado transtorno de 'stress' pós-traumático, o que lhe terá provocado 365 dias de doença, 90 dos quais com afetação da capacidade profissional.

Um dos episódios de violência, ocorrido a 02 de agosto de 2010, foi gravado por um dos envolvidos e posto a circular na internet em 2011.

Um dos seis arguidos e o ofendido são fuzileiros e continuam a prestar serviço na Marinha Portuguesa. A leitura da sentença está agendada para as 14:00 na Instância Local do Barreiro.