Gang das cartas traído por erros ortográficos
Fabricaram carimbo para falsificar nomes de cheques que roubavam de marcos do correio no Porto.
Fabricaram um carimbo com todos os carateres do alfabeto e que até permitia fazer letras minúsculas e maiúsculas. Foi com este instrumento que, entre 2008 e 2010, falsificaram o endosso dos cheques que roubavam das cartas, guardadas nos marcos do correio que assaltavam.
Porém, esse mesmo carimbo não fazia acentuação nas palavras e os arguidos escreviam sempre com erros ortográficos, o que acabou por tramá-los na Justiça.
Esta sexta-feira, o Tribunal de S. João Novo, no Porto, condenou quatro dos oito arguidos a penas de prisão efetiva. A mais alta foi de sete anos e aplicada a António Coelho - que fazia dos assaltos o único modo de vida. Também Casimiro Dias, que já tinha cadastro por crimes semelhantes, apanhou quatro anos de cadeia.
"Os erros ortográficos permitiram concluir que era sempre a mesma pessoa a falsificar os nomes nos cheques", disse Pedro Brito, juiz presidente. Três dos arguidos apanharam penas suspensas e um foi absolvido.
Esta foi uma repetição do julgamento, ordenado pelo Tribunal da Relação do Porto, após detetar um "erro notório" na apreciação da prova do acórdão de 2017 - e que tinha absolvido sete dos oito homens.
"Um dos arguidos voltou ao crime dois meses depois de sair da prisão e outro não passa sem cometer uma burla", frisou ainda o magistrado.
Os arguidos foram condenados pelos crimes de furto qualificado, burla qualificada, violação de correspondência e falsificação de documentos.
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