GNR aperta o cerco a camiões e autocarros em nova fiscalização

A GNR inicia esta segunda-feira uma operação de fiscalização a veículos pesados de mercadorias e passageiros nas principais estradas de Portugal continental. O objetivo é aferir as condições de segurança em que circulam as viaturas pesadas e os seus condutores, num ano em que o número de acidentes envolvendo este tipo de veículos está a aumentar.

Os militares da GNR vão estar sobretudo atentos ao tempo de descanso dos condutores, ao cumprimento das regras que controlam o transporte de matérias perigosas e também a eventuais falsificações - de documentos e de tacógrafos. Este aparelho é determinante para controlar os tempos de descanso e de trabalho dos profissionais do volante. Segundo a GNR, o “aumento da concorrência no setor dos transportes rodoviários, torna-o mais suscetível à prática de irregularidades, em detrimento da segurança rodoviária, sendo o cansaço o principal fator de risco, que afeta os motoristas profissionais em resultado do incumprimento dos tempos de condução e repouso”.

Os especialistas garantem que a fadiga e a sonolência diminuem a capacidade de reação, a visão periférica e a desconcentração para o ato da condução - e afeta especialmente os condutores profissionais em resultado do elevado número de horas diárias de condução. Esta situação potencia “a probabilidade de serem atores ou vítimas de sinistralidade rodoviária, pelo que é fundamental saber reconhecer quando se deve fazer uma pausa na condução”, reforça a GNR. A operação termina no próximo domingo.

Nos anos 2020 e 2021, a GNR registou 11 159 acidentes envolvendo camiões. Estes desastres provocaram 14 mortos e 36 feridos graves, entre camionistas e passageiros.

Segundo o Conselho Europeu de Segurança dos Transportes, um quarto das mortes nas estradas na União Europeia resultou de acidentes em que intervieram camiões e autocarros.

Um estudo realizado em Espanha onde foi avaliado o comportamento dos condutores de pesados indica que a distração (40%) é a principal causa de acidentes, seguindo-se a violação de regras (36%).