O verão deste ano está a acabar mas são os incêndios de 2017, nos quais morreram 116 pessoas, que continuam a gerar muita polémica e críticas.
O Governo está a ser acusado de não aplicar o dinheiro da União Europeia (ver texto ao lado) e a autarquia de Mação queixa-se do mesmo.
Vasco Estrela, autarca de Mação, vai invocar a mesma razão para colocar o Estado em Tribunal caso nada se altere.
O autarca considera que o concelho que mais área ardida registou em 2017 – 28 mil hectares – não merece ser apoiado apenas em 60% dos custos da reconstrução, quando a maior parte dos concelhos afetados vão ser financiados na totalidade por uma verba que, segundo a Comissão Europeia, teve em consideração os danos participados pelas diferentes regiões afetadas.
"É difícil explicar isto às pessoas", disse esta terça-feira o autarca ao Correio da Manhã. "Para o Governo, arderem 28 mil hectares, com 50 aldeias atingidas, é normal e um sucesso", só porque não houve mortes, acusou.
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A confirmar-se a decisão atual, o município terá de aplicar 1,6 milhões do seu orçamento, mais de 10% dos nove milhões disponíveis para o ano inteiro, para colmatar a falta de apoios.
"Depois de tudo aquilo que nos aconteceu, no concelho do País onde mais ardeu temos a nosso encargo 1,3 milhões de euros", revelou Vasco Estrela.
"Estamos a ser dupla e triplamente injustiçados", acusa.
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