Grupo lucra 650 mil euros com esquema de furto de carros
Um dos acusados comprou um imóvel com o dinheiro do crime. No total são 25 os acusados. Atacavam do Estoril a Braga.
Entre março de 2021 e agosto de 2024, os arguidos dedicaram-se a furtar centenas de carros que estavam estacionados na via pública, de diferentes marcas e modelos, desde o Estoril a Braga. Os mesmos eram depois vendidos ou desmantelados e vendidos em peças. Além de automóveis, o grupo furtava ainda chapas de matrículas de outras viaturas e colocavam-nas nos veículos dos quais se tinham apoderado previamente. Com este esquema lucraram 650 mil euros, indica a acusação do DIAP Regional do Porto, que acusou 23 pessoas e duas sociedades por vários crimes - furto qualificado, falsificação de documentos, branqueamento e recetação.
Do esquema faz ainda parte uma funcionária pública, de uma conservatória da Trofa, acusada de acesso ilegítimo agravado e violação do dever de sigilo. Em causa o facto de ter fornecido a um dos arguidos, por diversas vezes, nomes e moradas dos proprietários dos veículos furtados.
Eram quatro os arguidos que cometiam os furtos dos automóveis - um deles está em prisão preventiva desde outubro do ano passado, quando o grupo foi desmantelado. Para o sucesso do esquema, muniam-se de equipamentos eletrónicos específicos como rastreadores de GPS e inibidores desse mesmo sinal. Após consumarem os crimes, as viaturas eram aparcadas, por dias, em locais diferentes do País, para despistar qualquer localização das autoridades ou dos proprietários. Atacaram em Matosinhos, Braga, Vila Nova de Famalicão, Maia, Castelo Branco, Porto, Estoril, Vila do Conde e Póvoa de Varzim.
Um dos acusados usou a sociedade que geria para dissimular os ganhos com a venda de veículos furtados - chegou mesmo através dessa empresa a comprar um imóvel, cujo pagamento foi assegurado com o dinheiro do crime. Do processo fazem ainda parte 16 arguidos acusados de recetação.
A um dos arguidos é ainda imputada uma falsa participação à respetiva companhia de seguros do furto de um veículo, do qual era proprietário, com o propósito de obter o reembolso do crédito que se encontrava a pagar. Vai responder por simulação de crime.
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