Homem atacado e perseguido por ex-cabo da GNR

Homem acusa militar de o atacar com uma catana e diz que há quatro anos não dorme descansado.

15 de maio de 2019 às 08:26
Manuel Cabeças foi atacado por um vizinho com quem já tinha desavenças Foto: Rui Minderico
Manuel Cabeças foi atacado com uma catana por um cabo da GNR na reforma Foto: CMTV
Vizinho atacado à catanada por cabo da GNR em fuga constante por medo de novo ataque Foto: CMTV
Vizinho atacado à catanada por cabo da GNR em fuga constante por medo de novo ataque Foto: CMTV

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"Não me lembro da última vez que dormi descansado". A frase resume o sentimento que tem acompanhado Manuel Cabeças nos últimos quatro anos.

Em agosto de 2015, depois de anos de desavenças com o vizinho, na altura cabo da GNR, o homem, agora com 45 anos, regressava a casa quando foi atacado, na aldeia de Santa Catarina de Sítimos, em Alcácer do Sal.

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"Estava escuro e lembro-me de estranhar o facto do único poste não ter luz. Pressenti um vulto e fui atacado com um pau. Virei-me e defendi-me", contou ao CM. Depois, Manuel Cabeças e António Máximo Silvestre, agora com 63 anos e reformado, envolveram-se numa luta corpo a corpo.

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Após o crime, Manuel teve de fugir para Albergaria, em Alcácer do Sal. Desde então, vive em sobressalto, usando abrigos de amigos. Garante não poder voltar a Santa Catarina de Sítimos.

Escreve o Ministério Público que Máximo – acusado de homicídio tentado e ameaça agravada – tentou atingir Manuel na cabeça, com uma catana. "Vejo vir a catana em direção à cabeça e ponho o braço à frente. Fiquei com a mão pendurada", conta ao CM. Manuel tentou fugir. "Levei três golpes em cada perna e outro na omoplata e caí", explica.

Foi o cão da vítima que se apercebeu e mordeu a perna a Máximo, que fugiu. O ex-militar entregou-se no posto da GNR de Alcácer do Sal, onde alegou legítima defesa. Na busca domiciliária à casa do ex-cabo, foram encontradas mais de 100 armas de fogo legais e caixas de munições cuja proveniência está a ser investigada.

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O próprio arguido admite serem oriundas da carreira de tiro da GNR. Máximo já esteve em prisão domiciliária, mas agora está em liberdade.

PORMENORES 

Queixas contra militares

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Em 2016, Manuel apresentou queixa por perseguição e ameaça contra António Máximo. A vítima acusa um sargento da GNR de esconder declarações de várias testemunhas.

Julgamento atrasado

O julgamento ainda não se realizou porque a vítima recusa-se a deslocar até ao Instituto de Medicina Legal de Santiago do Cacém para ser examinado.

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Filhas institucionalizadas

Manuel Cabeças sempre teve a guarda das filhas, ainda menores, mas em fevereiro de 2019 a Segurança Social levou-as.

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