Lousã: homicidas de casal trocam acusações

Os dois homens, de 23 e 33 anos, acusados de roubar e matar com extrema violência um casal de ourives, em junho do ano passado, em Foz de Arouce, Lousã, começaram esta segunda-feira a ser julgados. Francisco, de 23 anos, desempregado, e Pedro, de 33, mecânico, contaram versões diferentes e empurraram a responsabilidade.

Ambos de Penacova, são responsáveis pela morte do ourives Francisco Neto, de 56 anos, e da mulher, Amélia Lima, de 55, em casa, na sequência de uma violenta agressão. "Foi o Francisco que teve a ideia", começou por dizer Pedro, que pouco antes do homicídio tinha sido julgado pelo envolvimento no carjacking a um dirigente do PS-Coimbra. O arguido afirmou que o objetivo "era roubar a carrinha" carregada de ouro. "A ideia nunca foi fazer mal", garantiu, dizendo estar "arrependido". Pediu desculpa às famílias.

Francisco contou que foi Pedro que lhe sugeriu o assalto e que após um primeiro furto com sucesso planearam o segundo. "A intenção era tirar a carrinha quando o ourives saísse da garagem", disse, afirmando que o amigo lhe garantiu que para tal "faria o que fosse necessário". Assegurou ainda que não agrediu o casal: "Fiquei ali em pânico, assustado e cheio de medo."

O juiz classificou o ato como "de uma insensibilidade e frieza absolutas" e questionou: "Porquê matar?" Ambos responderam que o que fizeram "não tem explicação".