Idoso de 92 anos morre engasgado a comer pão com queijo em lar de Setúbal

Tribunal da Relação de Évora absolve auxiliar de geriatria que tinha sido condenada por homicídio por negligência.

24 de novembro de 2025 às 01:30
Idoso tinha múltiplas doenças e precisava de ajuda para as atividades básicas da vida diária Foto: Getty Images
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O Tribunal da Relação de Évora absolveu uma auxiliar de geriatria da morte de um homem, de 92 anos, que se engasgou a comer um pão com queijo, num lar de Setúbal, em 2019. A mulher tinha sido condenada por homicídio por negligência a uma pena de oito meses de prisão, suspensa na sua execução.

Num acórdão datado do dia 11 deste mês, e que colheu a unanimidade das três juízas desembargadoras, são feitas duras críticas à decisão do Tribunal de Setúbal, designadamente quanto à prova produzida durante o julgamento, que dizem ser “insuficiente para uma condenação”. Em causa, o tipo de alimentação da vítima.

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O idoso, que estava no lar desde setembro de 2018, padecia de múltiplas doenças, nomeadamente, Alzheimer. Tinha hipertensão, diabetes, fibrilação auricular, neoplasia maligna da próstata e insuficiência renal crónica moderada, entre outras. Era ainda portador de pacemaker. Segundo o processo, a vítima precisava de ajuda para as atividades básicas da vida diária, tais como alimentação, necessitando que os alimentos a ingerir estivessem previamente fragmentados.

No dia 13 de agosto de 2019, pelas 16h00, a auxiliar que naquele dia distribuía o lanche pelos utentes da casa de repouso, entregou à vítima um pão com queijo, que esta engoliu, engasgando-se. Acabou por morrer por asfixia. O tribunal que a condenou considerou que a vítima não comia alimentos sólidos, algo que agora o Tribunal da Relação de Évora disse não ter ficado provado.

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