Fogo de Aljezur volta a ganhar dimensão devido a projeções para fora do perímetro controlado

O fogo mantém uma extensa frente ativa, tendo esta terça-feira registado vários reacendimentos que estão a preocupar as autoridades.

23 de setembro de 2025 às 17:21
Fogo em Aljezur Foto: LUÍS BRANCA/LUSA
Fogo em Aljezur Foto: LUÍS BRANCA/LUSA

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O incêndio que está a atingir os concelhos de Aljezur e Lagos está a ter uma expansão muito rápida que está a surpreender os bombeiros e a Proteção Civil. O fogo mantém uma extensa frente ativa, tendo esta terça-feira registado vários reacendimentos que preocupam as autoridades.

Durante a tarde, o fogo sofreu um aumento de intensidade devido a projeções para fora do perímetro queimado que estava a ser controlado pelos bombeiros.

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Segundo Abel Gomes, segundo-comandante regional da Proteção Civil, este incêndio tem tido uma "expansão muito acentuada em zona de mato", com números "muito altos de cerca de 2.500 metros por hora, o que corresponde a 600 hectares por hora".

De acordo com o responsável, a primeira projeção aconteceu para fora do limite queimado pelo incêndio, seguida de mais quatro projeções que rapidamente ultrapassaram a capacidade de combate dos meios que estavam pré-posicionados".

As projeções fizeram alargar o perímetro do incêndio para Este, "aumentando de 30% para 40% a área das chamas, existindo agora 60% do perímetro de fogo dominado, faltando estabilizar 40%".

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O fogo tem mantido uma dinâmica muito surpreendente, evoluindo, por vezes, "em sentido contrário ao do vento".

Para combater as chamas, os bombeiros tiveram de recorrer ao designado por contrafogo, ou seja "uma ação tática efetuada por pessoas especializadas dos bombeiros profissionais". 

O vento e a falta de acessibilidades, para aceder à frente do fogo mantêm-se como as grandes dificuldades no combate. 

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"Há três pontos, um mais virado para Vila do Bispo, onde há mais meios. No flanco esquerdo, mais voltado para Lagos, há pontos muito quentes que preocupam, até porque há uma serra ao lado, a de Monchique, e temos de acautelar que o fogo não vai para lá", explicou Abel Gomes.

Durante a noite, dez pessoas foram retiradas da localidade de Vinhas Velhas, uma zona onde reside uma comunidade de estrangeiros, mas "apenas por precaução". 

Habitantes aconselhados a abandonarem as habitações

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O responsável admitiu que existem agora algumas habitações na linha de fogo e algumas pessoas da localidade de Vale da Coelha "foram aconselhadas a abandonarem as habitações".

Por seu turno, o presidente da Câmara de Aljezur, José Gonçalves, indicou que se mantém "o registo de uma casa de segunda habitação afetada pelo fogo, continuando os serviços municipais no terreno a efetuar o levantamento de outros danos que possam existir".

Também o presidente da Câmara de Lagos, Hugo Pereira, indicou que o município tem equipas no terreno a fazer o levantamento de eventuais danos materiais, realçando que "até ao momento não há registo de habitações danificadas".

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