Jantar secreto revela ligações perigosas

Nuno Vasconcellos, líder da Ongoing, convidou Sócrates e Ricardo Salgado para um jantar em sua casa.

02 de agosto de 2017 às 01:30
extratos bancários, pedidos, Operação marquês, Maria Adelaide Monteiro, José Sócrates Foto: Nuno Fox / Lusa
2017-07-22_23_56.34 6. jantar secreto.jpg Foto: Pedro Elias
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2017-07-22_23_57.44 Imagem 6d.jpg Foto: Vitor Mota

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Nuno Vasconcellos, líder da Ongoing, organizou um jantar secreto em sua casa, em dezembro de 2013, para o qual convidou José Sócrates e Ricardo Salgado, os dois principais arguidos no processo de investigação do Ministério Público ao ex-primeiro-ministro. Sócrates foi ao jantar, mas o ex-líder do Grupo Espírito Santo (GES) e do BES acabou por não ir, por estar ausente. Vasconcellos, cujo grupo está agora a ser passado a pente fino na Operação Marquês, residia na Quinta Patino, um condomínio de luxo perto de Cascais.

O convite para o jantar secreto partiu de Vasconcellos, revela uma escuta da Operação Marquês. O líder da Ongoing usou Guilherme Dray, ex-chefe de gabinete de Sócrates que era então funcionário da Ongoing, para insistir num encontro com o ex-primeiro-ministro. A propósito disso, Sócrates refere que "já não tem paciência para aturar esses gajos e não tem obrigações de relações-públicas".

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Sócrates acabou por ir ao jantar a casa de Vasconcellos. À mesa, estava também Bernardo Espírito Santo, então diretor- -geral do BES que representou Ricardo Salgado. No contexto da investigação na Operação Marquês, o jantar revela as ligações perigosas existentes entre o empresário Nuno Vasconcellos, o político José Sócrates e o banqueiro Ricardo Salgado.

Nuno Vasconcellos e a Ongoing são agora um dos focos da investigação a Sócrates, devido à alegada parceria com Ricardo Salgado para defender os interesses do GES nos negócios da PT. Sócrates é também suspeito de ter beneficiado o GES nesses negócios da PT.

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Ministério Público passa contas de Dray a pente fino

O Ministério Público quer passar a pente fino as contas de Guilherme Dray, ex-chefe de gabinete de José Sócrates, na CGD entre 2010 e 2015. Depois de ter saído do governo, em 2011, Dray foi trabalhar para empresas de Carlos Santos Silva e para a Ongoing.

Nessa fase, segundo as escutas da Operação Marquês, o ex- -chefe de gabinete continuou a ser a pessoa a quem Sócrates recorria quando precisava.

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Dray fez inúmeros contactos com vista a marcar encontros de Sócrates com Manuel Vicente, vice-presidente de Angola, e Lula da Silva, ex- -presidente do Brasil.

PORMENORES

Dividendos milionários

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O GES, no tempo da liderança de Ricardo Salgado, e a Ongoing, de Nuno Vasconcellos, ganharam com a PT, entre 2007 e 2014, mais de 1128 milhões de euros em dividendos.

OPA da Sonae e Brasil

O chumbo da OPA da Sonae à PT, em 2007, e a venda pela PT da Vivo e posterior compra da OI são um dos focos centrais da investigação a Sócrates.

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Tomás Correia no jantar

Nuno Vasconcellos manifestou interesse em convidar também para o jantar Tomás Correia, então líder do Montepio Geral.

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