João Cipriano diz que está inocente
João Cipriano mostrou à PJ, com a ajuda de um manequim, como matou a sobrinha, Joana Guerreiro, e como depois esquartejou o seu corpo em três partes, reconstituição registada em vídeo e fotografia. Agora, em entrevista ao programa ‘Em Reportagem’, da RTP 1, disse que só o fez por ter sido ameaçado.
No Verão de 2004, Joana, de oito anos, foi dada como desaparecida na aldeia de Figueira, Portimão, mas a Judiciária acabou por deter a mãe, Leonor, e o irmão desta, João Cipriano, por serem suspeitos do homicídio da menina. Durante todo o processo os dois mantiveram o silêncio em tribunal.
“Fui ameaçado com facadas para fazer a gravação da cassete que foi vista no tribunal. Mas é tudo mentira”, afirma João Cipriano numa entrevista por escrito à reportagem de Jorge Almeida, transmitida ontem à noite pela RTP.
“Eu não fiz mal nenhum à minha sobrinha Joana Guerreiro. Estou a cumprir uma pena de prisão sem fazer mal a ninguém. Estou inocente”, reclama João Cipriano.
Questionado sobre as razões que o levaram a conduzir os inspectores da Judiciária a vários locais para indicar onde estaria o corpo da sobrinha, o tio de Joana diz: “A PJ ia quase todos os dias à cadeia de Olhão onde eu estava preso para me perguntarem onde estava a Joana e eu, com medo das porradas, ia dizendo que era aqui e ali, mas é mentira.”
Na entrevista, João Cipriano diz ainda que a sobrinha foi “vendida a um casal estrangeiro” pela irmã, Leonor, salientando: “Acredito que ela está bem.”
A mãe de Joana aceitou por escrito igualmente dar uma entrevista à RTP, no entanto dois dias depois voltou com a palavra atrás.
A reportagem apresenta também entrevistas com Gonçalo Amaral, coordenador da investigação da Judiciária, e Guilhermino da Encarnação, director da PJ de Faro. Os investigadores defendem na tese que os restos mortais da menina terão sido atirados aos porcos, a qual não ficou provada em tribunal.
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