Pinto da Costa admite ter contratado seguranças
Presidente do FC Porto explica seguranças pelo receio de se sentir asfixiado pelos adeptos.
Pinto da Costa começou, na manhã desta terça-feira, a ser julgado e confirmou que levou seguranças para vários locais mas não como 'guarda-costas'. Disse que "era asfixiado" pelo "carinho" dos adeptos e que, por isso, os seguranças o protegiam e davam algum espaço de circulação.
"Era preciso criar um espaço de segurança para evitar que as pessoas caíssem em cima de mim", afirmou. Aludiu, concretamente, a visitas que fazia à Afurada, em Vila Nova de Gaia, e que acabaram por ser proibidas pelo médico, tal era a afluência de pessoas interessadas em falar com ele. "É claro que não precisava de guarda-costas, isso era até ofensivo para aquela gente", referiu o dirigente. Falou também numa sessão de um lançamento de um livro, em que estariam 5.000 pessoas e em que teve de parar ao fim de mil autógrafos, porque já "não sentia o pulso".
Aludiu, concretamente, a visitas que fazia à Afurada, em Vila Nova de Gaia, e que acabaram por ser proibidas pelo médico, tal era a afluência de pessoas interessadas em falar com ele.
"É claro que não precisava de guarda-costas, isso era até ofensivo para aquela gente", referiu o dirigente.
Falou também numa sessão de um lançamento de um livro, em que estariam 5.000 pessoas e em que teve de parar ao fim de mil autógrafos, porque já "não sentia o pulso".
O Presidente do FC Porto disse que desconhece a relação de Antero Henrique e Eduardo Jorge Lopes Santos Silva mas que Eduardo sempre lhe mereceu muito respeito. Admitiu também que levou seguranças para estádios mas que era tudo combinado entre a SPDE e a PSP.
Pinto da Costa pediu a intervenção da SPDE para fazer vigilância à casa que tinha sido da mãe e que "vinha sendo assaltada há meses".
Negou que tivesse pedido segurança pessoal para os seus familiares, nomeadamente para a mulher.
"Ando em qualquer sítio sozinho, na rua, sem segurança", referiu o presidente. Sublinhou que não seria por levar "dois ou três seguranças" com ele que deixariam de lhe "fazer mal".
Desconhece o teor de um novo contrato da SPDS e acrescenta que chegou a levar seguranças para a porta de hóteis, depois dos jogos, para que os seguranças evitassem que os adeptos pedissem autógrafos.
Antero Henrique vai ser interrogado esta tarde, depois de faltar à sessão por estar com cólicas.
Os 54 arguidos da "Operação Fénix", entre os quais Pinto da Costa, e o antigo administrador da SAD portista Antero Henrique, começaram esta quarta-feira a ser julgados, em Guimarães. O presidente do FC Porto chegou, por volta das 9h45, ao tribunal.
O julgamento decorre no quartel dos Bombeiros Voluntários daquela cidade, uma vez que a Comarca de Braga não dispõe de uma sala com capacidade para acolher tanta gente, entre arguidos, advogados e forças policiais.
A "Operação Fénix" é um processo relacionado com a utilização ilegal de seguranças privados.
Os arguidos respondem por associação criminosa, exercício ilícito da atividade de segurança privada, extorsão, coação, ofensa à integridade física qualificada, ofensas à integridade física agravadas pelo resultado morte, tráfico, posse de arma proibida e favorecimento pessoal.
A lista de arguidos integra a empresa SPDE - Segurança Privada e Vigilância em Eventos, acusada de um crime de associação criminosa e outro de exercício ilícito de atividade de segurança privada.
O sócio-gerente da SPDE, Eduardo Jorge Lopes Santos Silva, responde por aqueles dois crimes e ainda por detenção de arma proibida.
A acusação sustenta que este arguido seria o líder de um grupo que se dedicava à prática de atividades ilícitas relacionadas com o exercício de segurança privada.
Eduardo Silva está indiciado de, a coberto da atuação legal da sociedade SPDE, ter montado uma estrutura que, com recurso à força e à intimidação, lhe permitiu dominar a prestação de serviços de segurança em estabelecimentos de diversão noturna em vários pontos do país.
Para a acusação, ficou indiciado que este grupo se dedicava às chamadas "cobranças difíceis", exigindo, através da violência física e/ou de ameaças, o pagamento de alegadas dívidas.
Alguns arguidos foram acusados por terem recrutado tais serviços de "cobranças", sendo, por isso, coautores de crimes de extorsão ou coação.
A investigação concluiu ainda que a SPDE organizava também serviços de acompanhamento e proteção pessoal, para os quais não dispunha de alvará, pelo que alguns arguidos foram acusados de terem requisitado esses serviços sabendo que era proibido fazê-lo.
Nesta situação encontram-se os arguidos Pinto da Costa e Antero Henrique, que foram acusados da prática de exercício ilícito da atividade de segurança privada.
Na investigação, que envolveu mais de cinco dezenas de buscas sobretudo em Lisboa, Porto, região do Vale do Sousa, Braga e Vila Real, foram apreendidas viaturas, dinheiro, armas e documentação.
Um dos arguidos está acusado de ter agredido um jovem à porta de uma discoteca em Riba de Ave, Famalicão, em março de 2015.
O jovem viria a morrer cinco dias depois, no hospital.
O facto de este ser o mais grave dos crimes em causa esteve na base de o julgamento se realizar na Comarca de Braga, concretamente em Guimarães.
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