Julgamento de 'Rei Ghob' prossegue com audição de testemunhas

Francisco Leitão está a ser julgado por 542 crimes de violação.

15 de maio de 2017 às 20:02
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Rei Ghob Foto: Diogo Pinto
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Rei Ghob, Francisco Leitão Foto: CMTV

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O julgamento de Francisco Leitão, conhecido como 'Rei Ghob', prosseguiu esta segunda-feira à tarde no tribunal de Loures com a audição de uma testemunha, depois de na parte da manhã terem sido exibidas duas gravações para memória futura.

De acordo com a acusação do Ministério Público, Francisco Leitão está a ser julgado por 542 crimes de violação, seis de pornografia de menores e ainda um crime de ameaça agravada, ofensa à integridade física qualificada e devassa da vida privada.

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Os crimes remontam a factos ocorridos entre 2009 e 19 de julho de 2010, data em que foi detido pela Polícia Judiciária por ser o principal suspeito do homicídio de três jovens, crimes pelos quais, em 2012, foi condenado a 25 anos de prisão.

Esta manhã, Francisco Leitão esteve presente na primeira sessão do novo julgamento, que decorreu à porta fechada por envolver menores de idade.

Segundo explicou à agência Lusa o advogado de Francisco Leitão, Hélder Cristóvão, durante a sessão da manhã o arguido recusou-se a prestar declarações ao coletivo de juízes, tendo o tribunal aproveitado para ouvir duas gravações para memória futura.

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Após a interrupção para almoço, a sessão retomou para serem ouvidas duas testemunhas, no entanto, devido a problemas técnicos, apenas foi ouvida uma testemunha.

No final da sessão da tarde, em declarações à Lusa, Hélder Cristóvão referiu, apenas, que a segunda testemunha será ouvida na próxima quinta-feira, pelas 09:30.

Francisco Leitão, sucateiro de profissão, convivia com vários jovens, na altura com idades entre os 14 e os 17 anos, fazendo-se passar pelo amigo que os levava a passear, pagava jantares ou bebidas e oferecia-lhes telemóveis.

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Dizia ter poderes sobrenaturais e quando ganhava a sua confiança e sabia que estariam convictos dos seus poderes, levava os jovens para a sua casa, na Carqueja, Lourinhã, onde os amedrontava incorporando "entidades" sobrenaturais ou dizendo que vinha a mando delas informá-los de que eles ou seus familiares corriam perigo de morte.

Para evitar as consequências, teriam de se sujeitar a "injeções de energia", que, como descreve a acusação, seriam transmitidas do corpo do arguido para o corpo da vítima sob a forma de relações sexuais.

As queixas chegaram ao MP ainda em 2009, mas o inquérito veio a ser arquivado.

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Contudo, o processo foi reaberto na sequência de buscas domiciliárias da PJ e de novas denúncias no período em que o arguido esteve a ser investigado pela morte de três jovens.

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