Lisboa: Prostituição de rua diminui nos últimos cinco anos

A prostituição de rua na cidade de Lisboa diminuiu nos últimos cinco anos, segundo um levantamento do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) que aponta para uma predominância das portuguesas e um aumento das prostitutas brasileiras e romenas.<br/><br/>

03 de março de 2012 às 10:55
Prostituição, Lisboa, Mulheres, Sexo Foto: Reuters
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O trabalho de pesquisa do SEF foi realizado no primeiro trimestre dos anos entre 2006 e 2011 nas várias zonas da cidade de Lisboa onde há prostituição de rua, "com o objectivo de caracterizar este fenómeno associado à imigração ilegal e ao tráfico de seres humanos".

De acordo com o levantamento, em 2006 foram contabilizadas 198 prostitutas e prostitutos, entre 114 de nacionalidade portuguesa, 21 brasileira, 10 romena, 48 africana e cinco de outras nacionalidades.

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Já em 2011 foram identificadas 176 prostitutas e prostitutos, 100 de nacionalidade portuguesa, 27 brasileira, 15 romena, 31 africana e três de outras nacionalidades.

"Da visualização dos dados representados, comparativamente ao ano de 2006, observou-se um ligeiro decréscimo do número de mulheres na actividade de prostituição de rua, sobretudo de mulheres portuguesas e africanas, havendo, no entanto, um pequeno acréscimo de prostitutas(os) brasileiras(os) e romenas", aponta o SEF.

No que diz respeito às zonas, o SEF verificou que a Avenida da Liberdade, Monsanto e a Cidade Universitária "deixaram de constar do 'roteiro sexual'", tendo havido um decréscimo no número de prostitutas(os) "em zonas ancestrais como o Intendente, Conde de Redondo e Técnico", ao mesmo tempo que se registou "uma maior concentração na zona da Artilharia Um".

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"Relativamente à faixa etária, o grupo das mulheres romenas continua a ser o mais jovem, com idade inferior a 25 anos, sendo o grupo das mulheres portuguesas aquele onde se verifica uma maior variação, constatando-se que algumas mulheres têm idade superior a 60 anos", aponta o SEF.

De acordo com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, este trabalho permitiu confirmar que "este fenómeno sofreu poucas alterações no período de cinco anos, quer nos locais, (...) quer na rotatividade das mulheres envolvidas, verificando-se a permanência de um número elevado de mulheres estrangeiras, já identificadas em 2006, nesta prática de rua".

Entre as mulheres com quem o SEF contactou, a pobreza e as dificuldades económicas a curto e médio prazo foram as principais razões apontadas para a prática da prostituição. Já em relação aos prostitutos, cuja visibilidade é mais reduzida e concentrada em zonas específicas, é também apontada a busca de afeto e de prazer sexual.

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